Revista Concreto & Construções - edição 94 - page 44

44 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
saíram os 25 do segundo vão, gerando
o momento máximo nesse vão. Final-
mente, para testar a lingueta do P5, os
20 caminhões deslocaram-se para o vão
P6-P5, gerando o momento máximo
nesse vão e também a máxima carga na
lingueta do P5, simétrica da que rompeu.
Após a prova de carga estática,
foi executado o ensaio dinâmico, com
passagens excêntricas do caminhão de
60ton com velocidades crescentes de
30 até 90 km/h. O ensaio terminou com
um freada forte na faixa central a partir
de 90 km/h.
Em todos os ensaios foram medi-
dos deslocamentos verticais nas se-
ções críticas dos vãos, deslocamentos
horizontais nas linguetas, deformações
nas seções críticas, vãos, apoios e se-
ção danificada. Além disso, no ensaio
dinâmico, foram medidas acelerações
que permitiram determinar as frequên-
cias e os modos próprios da estrutura.
Como os resultados bateram com
as previsões, a obra foi liberada para
o tráfego.
5. SOLUÇÕES ALTERNATIVAS
Serão apresentadas nesta seção
algumas alternativas de solução ana-
lisadas pela equipe envolvida na re-
cuperação do viaduto ou propostas
por terceiros.
5.1 Ideia de demolir totalmente
o viaduto e reconstruí-lo
Como o viaduto é contínuo (4 vãos
de aproximadamente 51, 63, 63, e
51 metros totalizando 228 m), bastan-
te protendido, uma vez que foi proje-
tado no tempo da PNB116, quando,
apoiados nas descobertas de Freyssi-
net, usava-se protensão total (nenhu-
ma tração, nem para carga variável)
e pouca armadura frouxa, sua demo-
lição seria difícil, requerendo fazer o
projeto da demolição.
Por outro lado, o terceiro vão do via-
duto passa sobre a linha 9 da CPTM, não
podendo por isso ser implodido, pois
representaria sua paralisação por tempo
significativo. Assim, esse vão e os dois
vizinhos deveriam ser escorados. Sua
demolição requereria aliviar a protensão
parcialmente a ponto de poder cortar o
viaduto em pedaços (com as fitas de cor-
te atualmente disponíveis) e retirá-los por
meio de guindastes e carretas.
Demolido o viaduto, existem algu-
mas alternativas de reconstrução: um
viaduto contínuo de concreto protendido
equivalente ao atual, uma solução usan-
do vigas pré-moldadas ou uma terceira
usando solução mista de aço-concreto.
Como os vão são grandes para vi-
gas pré-moldadas, uma solução pos-
sível poderia ser tornar os três apoios
contínuos em apoios com duplo ba-
lanço de 11 m, um de cada lado do
pilar (Figura 19). Assim, entre esses
balanços podem-se colocar as usuais
vigas pré-moldadas de aproximada-
mente 40 m. A parte complicada dessa
alternativa são os duplos balanços, que
exigiriam um reforço de fundação e
pilares por conta dos importantes mo-
mentos introduzidos pelos balanços.
Assim, uma solução mista po-
deria aparecer e se viabilizar: vãos
em grelha mista de 51 m e 63 m (Fig. 20).
u
Figura 17
Reforços com fibras de carbono nas lajes superior e inferior da seção danificada
u
Figura 18
Prova de carga no viaduto T5
1...,34,35,36,37,38,39,40,41,42,43 45,46,47,48,49,50,51,52,53,54,...100
Powered by FlippingBook