 
          38  |  CONCRETO & Construções  |  Ed. 94  |  Abr – Jun • 2019
        
        
          A obra executada coincide com o
        
        
          projeto localizado em termos de for-
        
        
          ma e armadura frouxa, mas não em
        
        
          termos de armadura protendida (Figs.
        
        
          3-4). Isso foi percebido quando, ao
        
        
          abrir o caixão na região da seção da-
        
        
          nificada, verificou-se que alguns cabos
        
        
          estavam ancorados dentro do caixão,
        
        
          a 10 m do pilar P8.
        
        
          
            2. DIAGNÓSTICO
          
        
        
          A análise começa pelo levantamen-
        
        
          to de dados, análise e elaboração de
        
        
          hipóteses sobre as causas, na procu-
        
        
          ra do “diagnóstico”, sempre a primeira
        
        
          descoberta, fundamental para o pros-
        
        
          seguimento do trabalho.
        
        
          Algumas vezes, ele está claro e bas-
        
        
          ta um pouco de sensibilidade estrutural
        
        
          para se conseguir visualizar o porquê e
        
        
          definir o diagnóstico.
        
        
          Acontece, porém, que algumas vezes
        
        
          as coisas não são assim. Tudo o que pa-
        
        
          recia “óbvio” não se sustenta e é preciso
        
        
          procurar uma hipótese mais consistente.
        
        
          Às vezes, inclusive, não se conse-
        
        
          gue encontrar uma hipótese que expli-
        
        
          que claramente o que ocorreu. Conse-
        
        
          gue-se apenas descrever algumas delas
        
        
          que são capazes de explicar o acidente,
        
        
          mas não se pode escolher entre elas!
        
        
          Vale lembrar que o engenheiro de
        
        
          estruturas nessa posição está numa
        
        
          situação bem pior do que a de um mé-
        
        
          dico. O doente não fala, não reclama
        
        
          de dor, nem quando apalpado, e na
        
        
          maioria das vezes, o órgão que deu
        
        
          origem ao acidente foi esmagado e a
        
        
          autópsia fica muito difícil. Aqui, neste
        
        
          caso, nem tudo ficou esmagado!
        
        
          u
        
        
          
            Figura 4
          
        
        
          
            As built
          
        
        
          da cablagem obtido por tomografia
        
        
          u
        
        
          
            Tabela 1 – Dados técnicos do concreto e aço
          
        
        
          Pilares
        
        
          Superestrutura
        
        
          Armadura passiva
        
        
          Armadura ativa
        
        
          f
        
        
          ck
        
        
          = 15 MPa
        
        
          f
        
        
          ck
        
        
          = 30 MPa
        
        
          proj 35 MPa
        
        
          testemunho
        
        
          CA-50:
        
        
          f
        
        
          yk
        
        
          = 500 MPa
        
        
          CP-160/180:
        
        
          f
        
        
          pyk
        
        
          = 1600 MPa
        
        
          f
        
        
          ptk
        
        
          = 1800 Mpa
        
        
          u
        
        
          
            Figura 5
          
        
        
          Foto do conjunto Pilar 9 – lingueta no dia do acidente com o viaduto T5
        
        
          e  esquema estrutural antes do colapso