Revista Concreto & Construções - edição 94 - page 33

CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019 | 33
deterioração somente pode ser for-
mulado com dados numéricos que
representem a condição das pontes,
determinados em inspeções regulares
e denominados Índice de Condição
(IC), “
Condition Index
”,
Condition State
(
CS
) ou Nota Técnica. No Brasil, a Nota
Técnica definida na norma ABNT NBR
9452:2016 pode variar de 1 (pior estado)
a 5 (melhor estado). Este valor numérico
está diretamente relacionado à integri-
dade do elemento e, consequentemen-
te, à segurança da obra, sendo, portan-
to, o principal critério considerado para
as decisões gerenciais. A Fig. 3 mostra
a singularidade dos processos de de-
terioração, evidenciada pelas diferentes
taxas obtidas em dois dos segmentos
de uma mesma rodovia (Oliveira, 2019).
Para a definição das curvas de de-
terioração da Fig. 3 foi utilizado o método
das Cadeias de Markov, com a determi-
nação da Matriz de Probabilidades de
Transição (MPT). A construção da MPT
apresenta o resultado do cálculo das pro-
babilidades de transições entre IC ou da
sua permanência após um ciclo ou inter-
valo entre inspeções. As colunas e as li-
nhas da MPT correspondem aos IC, faci-
litando sua compreensão. Assim, para as
pontes da BR-116/RS, a probabilidade
de mudança após 1 ano de uma ponte
no IC=5 para o IC=4 é de 66,67% e a
sua permanência no IC=5 é de 33,33%,
refletindo na alta inclinação inicial da cur-
va no gráfico. Para as pontes do trecho
na Bahia a probabilidade de permanên-
cia no IC=5 é de 83,33% e da transição
para o IC=4 é de 16,67% após 1 ano.
Os dados do trecho no Rio Grande do
Sul não possuem pontes classificadas no
IC=1 em número suficiente para a deter-
minação das probabilidades da MPT, de
modo diferente das pontes da BR-116
na Bahia, resultando em matrizes com
tamanhos distintos.
A velocidade de deterioração tam-
bém pode assumir magnitudes con-
sideravelmente diferentes para cada
elemento de uma ponte, exigindo o
apontamento individual da sua condi-
ção em inspeções, conforme previs-
to em procedimentos denominados
Element Level Bridge Inspection
” ou
inspeções em nível do elemento. O
avanço das práticas de inspeção exi-
ge a caracterização completa dos tipos
de elementos, indicando seus materiais
constituintes, funções na estrutura e ti-
pos possíveis de danos a ele relaciona-
dos, associando-se a forma de mensurar
a extensão desses danos, e ordenan-
do a entrada desses dados no BMS. A
Fig. 4 ilustra a definição de atribuição do
u
Figura 3
Matriz de Probabilidades de Transição de IC e curvas de deterioração de pontes
Fonte:
Oliveira, 2019
IC
2
3
4
5
2
1
0
0
0
3
0,0417 0,9583
0
0
4
0
0,0500 0,9500
0
5
0
0
0,6667 0,3333
IC 1
2
3
4
5
1
1
0
0
0
0
2
0,0465 0,9535 0
0
0
3
0 0,1818 0,8182 0
0
4
0
0 0,1034 0,8966 0
5
0
0
0 0,1667 0,8333
a) Trecho da BR-116/RS sob regime de concessão
b) Trecho da BR-116/BA sob regime de concessão
u
Figura 4
Definições de IC ou CS em inspeções em nível do elemento
Fonte:
adaptado de NCHRP, 2019
Dano 1080 – Desplacamento | Disgregação | Área de reparo
Condition state 1
Imagem de demarcação CS1-2
Imagem de demarcação CS2-3
Nenhum
Desplacamento com profundidade de 1in ou
diâmetro de 6in.Área de reparo em bom estado.
Desplacamento com profundidade maior que 1in
ou diâmetro de 6in.Área de reparo em más
condições ou danificada. Investigação do
comportamento estrutural desnecessária.
Condition state 2
Condition state 3
1...,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32 34,35,36,37,38,39,40,41,42,43,...100
Powered by FlippingBook