CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019 | 23
A ENGENHARIA NACIONAL TEM QUALIDADE.
AS PESSOAS PRECISAM ENTENDER QUE UM
PAÍS SEM ENGENHARIA NÃO TEM
DESENVOLVIMENTO NEM JUSTIÇA SOCIAL
“
“
questão de conceitos e princípios,
em relação aos quais não se negocia!
Enquanto estiver na Secretaria,
sempre lutaremos aqui pela melhor
técnica, eficiência do investimento
público. Se os órgãos de controle
não permitem contratar pela melhor
técnica, vamos contratar pela melhor
técnica e preço. Se não aceitarem, que
suspendam o certame e respondam
à sociedade o porquê da exigência
apenas do menor preço. A sociedade
quer que o administrador público zele
pela qualidade e segurança, que não
podem ser assegurados contratando-
se pelo menor preço. Devemos lutar
pela contratação da melhor engenharia
pelo preço justo. Por que este
conceito vale para a medicina e não
vale para a engenharia?
IBRACON
– Q
uais os
papéis
das
entidades
técnicas
no
encaminhamento
dessas questões
relativas
à
conservação
do
patrimônio
construído
?
V.L.C.A.
– O sistema CONFEA/
CREA deveria atuar mais na defesa
da engenharia nacional. Não posso
aceitar o CREA criminalizando os
engenheiros responsáveis pelo
laudo técnico sobre Brumadinho. O
engenheiro é o profissional que mais
assume riscos em sua profissão.
A judicialização está matando a
engenharia nacional ao condenar
dessa forma engenheiros que são
referência mundial. O CONFEA/CREA
deveria tirar do mercado os maus
profissionais, mas deveria defender
os bons profissionais, como fazem o
CRM, CRO e OAB.
O Instituto de Engenharia, as
universidades e os sindicatos dos
engenheiros estão discutindo esta
questão. A engenharia nacional tem
qualidade. As pessoas precisam
entender que um país sem engenharia
não tem desenvolvimento nem justiça
social. Advogados não foram treinados
para falar sobre engenharia. Quem
deve falar sobre a engenharia é o
engenheiro. Por que a engenharia
tem que ser a profissão mais
desvalorizada? Por que ela tem que
ser contratada pelo preço mais baixo?
Sendo que ela é fator primordial para
desenvolvimento de um país.
IBRACON
– C
omo
você
avalia o
curso oferecido
pelo
IBRACON
para
a
formação
de
inspetores
de
pontes
e
viadutos
?
V.L.C.A.
– Acho ótimo. Quanto
mais, melhor! Temos que qualificar
a engenharia. São instituições como
o IBRACON, sem fins lucrativos, de
interesse público, que congregam
democraticamente toda a cadeia
produtiva do concreto, que prestam
enorme contribuição aos estudantes.
Como o estímulo nos concursos
técnicos promovidos anualmente nos
Congressos Brasileiros do Concreto,
que conseguem reunir mais de 1.200
profissionais de alto nível e os maiores
formadores de opinião no setor. São
essas instituições que conseguem
mobilizar, anualmente, mais de cem
Escolas de Engenharia no país e até
algumas do exterior. Sem falar dos
livros, Comitês Técnicos, duas Revistas
consagradas, cursos, como esse de
Inspetor de Pontes, oferecido no Brasil
inteiro, sempre com muita demanda e
sucesso, preparando os profissionais
para receberem a Certificação de
Mão de Obra, prevista na ABNT NBR
16230:2013 Inspeção de Estruturas de
Concreto. Qualificação e Certificação
de Pessoal.
Certamente, vários profissionais
que estão atuando como inspetores
das pontes e viadutos que estamos
contratando para execução das
vistorias especiais foram formados
por instituições valorosas como nosso
querido IBRACON.
No caso do edifício que desabou no
centro, fizemos uma parceria com o
IBRACON para estudarmos o concreto
que foi submetido a condições que
necessitávamos estudar, para ajudar
no desenvolvimento tecnológico
do concreto. Estudos estão sendo
desenvolvidos visando atingir esses
objetivos e, certamente, serão
apresentados os seus resultados nos
próximos eventos. Espero que esta
parceria seria duradoura e profícua para
ambos os lados.
IBRACON
– Q
uando
não
está
dedicado
aos
assuntos
públicos
e
acadêmicos
,
o
que gosta
de
fazer
?
V.L.C.A.
– Ficar com a família, com
meus filhos. Fazer churrasco. E torcer
pelo Santos.