 
          CONCRETO & Construções  |  Ed. 94 |  Abr – Jun • 2019  |   25
        
        
          u
        
        
          Segmentos em aterro nas Ilhas do
        
        
          Mocanguê Grande e do Caju;
        
        
          u
        
        
          Parte em aterrado componente da
        
        
          Praça do Pedágio;
        
        
          u
        
        
          Acesso Niterói, composto por 8 via-
        
        
          dutos e 18 rampas, constituindo-se
        
        
          em lindo partido arquitetônico.
        
        
          A altura máxima da estrutura é de 72
        
        
          m acima do nível do mar, no Vão Central,
        
        
          entre os pilares 100 e 101, onde a pro-
        
        
          fundidade das fundações atinge 60,00 m.
        
        
          Nesse trecho, por conseguinte, da super-
        
        
          fície de rodagem até onde estão crava-
        
        
          dos os tubulões, há colunas contínuas de
        
        
          concreto com 130,00 m de comprimento,
        
        
          com60,00mde luz máxima no canal prin-
        
        
          cipal de navegação, entre esses pilares.
        
        
          O volume de concreto emprega-
        
        
          do na construção da ponte atingiu
        
        
          560.000 m
        
        
          3
        
        
          , dos quais cerca de 77.000
        
        
          m
        
        
          3
        
        
          apenas nas concretagens submer-
        
        
          sas das fundações do Trecho sobre o
        
        
          Mar. Para todo o volume de concreto
        
        
          utilizado na obra, estima-se um peso
        
        
          total de aço doce de 40.000 tonela-
        
        
          das, e 240.000 toneladas de cimento,
        
        
          correspondentes a 4.800.000 sacos.
        
        
          Se dispostos horizontalmente na maior
        
        
          dimensão, os sacos de cimento atingi-
        
        
          riam uma distância 8 vezes maior que a
        
        
          do Rio de Janeiro a São Paulo, ou seja,
        
        
          uma extensão superior a 3.200 km.
        
        
          Se empilhados, atingiriam uma altura
        
        
          correspondente a 2.000 vezes a do
        
        
          Pão de Açúcar, destacado ponto turís-
        
        
          tico da cidade do Rio de Janeiro.
        
        
          Cerca de 43.000 cabos protendi-
        
        
          dos foram utilizados nas longarinas dos
        
        
          Acessos Rio de Janeiro e Niterói, bem
        
        
          como nas aduelas formadoras da su-
        
        
          perestrutura do Trecho sobre o Mar. Os
        
        
          fios dessa cablagem dispostos longitu-
        
        
          dinalmente dariam 3,5 vezes à volta no
        
        
          planeta Terra, com seus 140.000 km.
        
        
          Os acessos Rio de Janeiro e Nite-
        
        
          rói tiveram as fundações constituídas
        
        
          por estacas metálicas e tipo Franki,
        
        
          encimadas por blocos de coroamento
        
        
          sem qualquer particularidade. As me-
        
        
          soestruturas foram concebidas, em
        
        
          sua maioria, por pilares em formato T,
        
        
          ou em travessas suportadas por dois
        
        
          pilares. Para a superestrutura, foram
        
        
          adotadas vigas pré-moldadas e pro-
        
        
          tendidas tipo “barriga de peixe”, sem
        
        
          transversinas intermediárias, apoiadas
        
        
          em almofadas de elastômero fretado.
        
        
          Lajes moldadas no local, com guarda-
        
        
          -corpos pré-fabricados e pavimenta-
        
        
          ção asfáltica em concreto betuminoso
        
        
          usinado a quente compuseram a fase
        
        
          final desses acessos.
        
        
          No Trecho sobre o Mar em estrutu-
        
        
          ras de concreto as fundações foram edi-
        
        
          ficadas com tubulões tipo
        
        
          Bade-Wirth
        
        
          ,
        
        
          Estacas Metálicas e Ar Comprimido,
        
        
          com camisas metálicas de 10,00 mm
        
        
          de espessura programadas como fôr-
        
        
          ma perdida, fazendo-se uso da técnica
        
        
          do concreto submerso lançado por tre-
        
        
          monha. Pela primeira vez no Brasil era
        
        
          usado cimento especial para concreto
        
        
          em contato com água do mar, produ-
        
        
          zido pela indústria Paraíso, com baixo
        
        
          teor de aluminato-tricálcico. Os tubulões
        
        
          apoiavam os blocos de coroamento,
        
        
          agora com a peculiaridade de terem
        
        
          fôrmas laterais constituídas por saias
        
        
          pré-moldadas, e de fundo por lajinhas
        
        
          também em concreto, porém moldadas
        
        
          “in loco”. Para a mesoestrutura foram
        
        
          projetados duplos pilares ocos em cada
        
        
          eixo, com largura constante de 6,86 m,
        
        
          variando a seção longitudinal em função
        
        
          da altura, edificados por meio de fôrmas
        
        
          deslizantes. A superestrutura constou
        
        
          de aduelas pré-fabricadas, coladas e
        
        
          protendidas, com transversinas apenas
        
        
          nas regiões dos pilares, em vãos padrão
        
        
          de 80,00 m (Figura 3). Normalmente,
        
        
          a continuidade da viga se dava em 5
        
        
          vãos, ou seja, a cada 400,00 m, exceto
        
        
          em três situações nas quais o vão con-
        
        
          tínuo tinha 480,00 m. Pavimentação em
        
        
          CBUQ e guarda-corpos pré-moldados
        
        
          fechavam esse segmento sobre a Baía
        
        
          de Guanabara.
        
        
          No tocante aos vãos princi-
        
        
          pais, aqueles formados por caixões
        
        
          u
        
        
          
            Figura 2
          
        
        
          Projeto geométrico da ponte
        
        
          atinente ao Acesso Rio de Janeiro
        
        
          u
        
        
          
            Figura 3
          
        
        
          Fase construtiva da
        
        
          superestrutura no trecho
        
        
          sobre o mar, com a montagem
        
        
          de aduelas em balanços
        
        
          progressivos