Revista Concreto & Construções - edição 94 - page 32

32 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
de estoques de pontes através da orga-
nização dos dados históricos das obras
(banco de dados) e das informações
técnico-econômicas (entradas). A partir
do registro, o sistema torna possível que
os dados estejam computacionalmente
acessíveis para as simulações estocás-
ticas que produzirão os resultados de
análise (saídas) para apoio à tomada de
decisão dos gestores, conforme apre-
sentado na Fig.1.
As informações necessárias à gestão
são organizadas em módulos do softwa-
re, dividindo-se em módulos de base e
de análise. Módulos de base são aque-
les que demandam a entrada dos dados
pelo gestor, correspondendo ao banco
de dados e de custos. O módulo de de-
gradação e o módulo de otimização são
funções existentes do software. A Fig. 2
apresenta a estrutura habitual do BMS.
2.1 Banco de dados
Reproduzindo o processo empírico
de gestão, as intervenções propostas
no BMS serão sugeridas a partir da ci-
ência (registro) dos dados disponíveis de
construção e de projeto, de operação e
do meio ambiente. Esses elementos são
confrontados através de algoritmos do
sistema que dimensionam sua influência
no estado futuro de condição de determi-
nada obra e estimam as consequências
de uma possível intervenção, relacionan-
do-se os riscos. A idade das construções,
concepções de projeto, tipo dos materiais
da ponte, do sistema construtivo, da ca-
pacidade de carga, das dimensões dos
elementos associados, das característi-
cas de clima e da sua agressividade, do
volume médio de veículos, dos desvios
de rota, importância da obra na região e
no tráfego de longa distância são alguns
exemplos de informações primordiais para
a tomada de decisão.
O propósito da utilização do sistema
é de dispor de recursos computacionais
para conferir método, ordem e estrutura
às análises, simulando avaliações pre-
tensamente conduzidas por experientes
engenheiros da área de forma a simplifi-
car o estudo de diversos fatores e tornar
o processo menos complexo e dispen-
dioso, especialmente para grandes es-
toques de pontes. A concentração dos
dados em um único sistema, destinado
especificamente à gestão desses ati-
vos, possui inúmeras vantagens: desde
a organização sistemática dos registros
- promovendo seu acesso simples e au-
tomático, até a viabilidade da utilização
efetiva dessas informações em análises,
contribuindo para o controle e efetivo co-
nhecimento do estoque de pontes.
2.2 Módulo de deterioração
Adicionalmente, o banco de dados
também armazena os resultados dos
ciclos de inspeções, completando as
entradas necessárias para o módulo de
degradação do BMS. Fundamentado
nos dados históricos de inspeções e nas
características das pontes, bem como
na utilização de ferramentas estatísticas
implantadas, o módulo gera um modelo
de deterioração, ou seja, uma equação
matemática descritiva das tendências do
processo deteriorativo para determinado
grupo de obras. Para a sua elaboração é
necessário a existência de um banco de
dados local, com o histórico do compor-
tamento das obras, tendo sua acurácia
dependente do número de ciclos de ins-
peções disponíveis. Definido o modelo
de deterioração, é possível estimar a ve-
locidade com a qual esse processo acon-
tece em determinado estoque de pontes,
denominada taxa de deterioração.
Por se tratar de uma equação
estatístico-matemática, o modelo de
u
Figura 2
Estrutura do BMS – Módulos do software
Fonte:
Oliveira, 2019
1...,22,23,24,25,26,27,28,29,30,31 33,34,35,36,37,38,39,40,41,42,...100
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