 
          CONCRETO & Construções  |  Ed. 94 |  Abr – Jun • 2019  |   29
        
        
          das estruturas, talvez o mais completo
        
        
          implantado no Brasil, em 1997, cata-
        
        
          loga todo o histórico das inspeções e
        
        
          manutenções da ponte, se convertendo
        
        
          em expressiva ferramenta de armazena-
        
        
          mento dos dados ao longo dos anos.
        
        
          Cada parte da ponte em seus meandros
        
        
          está inventariada nesse arquivo compu-
        
        
          tacional, convertendo-se em uma relí-
        
        
          quia técnica por ter toda a vida da ponte
        
        
          bem registrada e guardada.
        
        
          Deixa-se de aqui tratar sobre o zelo
        
        
          com as estruturas metálicas dos vãos
        
        
          principais, tão bem cuidadas quanto
        
        
          às de concreto.
        
        
          
            4. ASPECTOS FINAIS
          
        
        
          Ao completar 45 anos de inaugu-
        
        
          rada em 04 de março de 2019, a Pon-
        
        
          te Rio-Niterói, a “prima donna” das
        
        
          pontes brasileiras, pode ser uma bal-
        
        
          zaquiana na idade, mas é uma jovem
        
        
          em pleno vigor, dada às atenções para
        
        
          com ela no que se referem aos cuida-
        
        
          dos de manutenção.
        
        
          Em uma cidade privilegiada pelo
        
        
          Criador com tantos cenários naturais
        
        
          de extrema beleza, a ponte se insere
        
        
          de forma magistral no deslumbrante
        
        
          panorama proporcionado pela Baía de
        
        
          Guanabara, como se fosse a contra-
        
        
          partida do homem em agradecimento
        
        
          as benesses que tornam o Rio de Ja-
        
        
          neiro a mais linda cidade do mundo.
        
        
          Entretanto, tanta apologia de nada
        
        
          serviria se a obra não fosse esmera-
        
        
          damente cuidada, com a realização de
        
        
          inspeções e manutenções diárias de
        
        
          que tanto ela necessita, e que a colo-
        
        
          cam em patamar diferenciado quando
        
        
          o assunto é segurança das obras.
        
        
          Os responsáveis pela ponte, agora
        
        
          sob a égide da Concessionária Eco-
        
        
          ponte, têm a exata noção do que é tra-
        
        
          tar com uma obra magnânima, onde
        
        
          tudo é superlativo e, por conseguinte,
        
        
          o conceito de manter se reveste do
        
        
          mais alto cunho, sendo mandatório em
        
        
          qualquer circunstância. Deslizes nesse
        
        
          dogma podem custar muito caro pe-
        
        
          cuniária e socialmente, porquanto a
        
        
          devida responsabilidade jamais é omi-
        
        
          tida, de forma a atingir os parâmetros
        
        
          que foram estipulados para o porvir
        
        
          (Figura 10).
        
        
          A ilustração da Figura 10 indica que,
        
        
          pelo fato de a ponte apenas ter sido ins-
        
        
          pecionada pela primeira vez após cinco
        
        
          anos de inaugurada, houve um declínio
        
        
          da sua qualidade de 5%, levando em
        
        
          conta os problemas com as juntas de
        
        
          dilatação e com o pavimento asfalto-e-
        
        
          póxi dos vãos metálicos.
        
        
          Posteriormente, e por todos os
        
        
          anos em que a ponte esteve sob a
        
        
          gestão do governo federal por meio
        
        
          de contrato com empresas privadas,
        
        
          a constante escassez de recursos
        
        
          ampliou a redução da qualidade da
        
        
          obra, atingindo 20%, especialmen-
        
        
          te por conta das trincas nos caixões
        
        
          metálicos, equipamentos de vistoria
        
        
          obsoletos, defensas danificadas dos
        
        
          canais navegáveis, persistência dos
        
        
          problemas com as juntas de dilata-
        
        
          ção, fissuras nas juntas coladas das
        
        
          aduelas motivadas pela relaxação da
        
        
          cablagem, e ainda o continuar do la-
        
        
          mentável estado do pavimento sobre
        
        
          as chapas metálicas dos vãos princi-
        
        
          pais. Quando do início efetivo da con-
        
        
          cessão, em 1995, os primeiros sinais
        
        
          de retomada da qualidade foram ob-
        
        
          servados com a solução de substitui-
        
        
          ção do pavimento do vão central por
        
        
          uma laje em concreto armada nas
        
        
          duas direções, os reparos do sistema
        
        
          de proteção da ponte contra choque
        
        
          de embarcações, a aquisição dos ca-
        
        
          minhões MOOG e as recuperações
        
        
          das trincas nos caixões metálicos. Em
        
        
          2019, a situação da ponte está em um
        
        
          u
        
        
          
            Figura 9
          
        
        
          Reforço interno das aduelas
        
        
          em seções de momentos
        
        
          positivos, para compensar a
        
        
          perda de força de protensão
        
        
          devida à relaxação dos cabos
        
        
          u
        
        
          
            Figura 10
          
        
        
          “Saúde” da Ponte Rio-Niterói, antes e após a concessão