 
          28  |  CONCRETO & Construções  |  Ed. 94  |  Abr – Jun • 2019
        
        
          ou sem armadura exposta, eflores-
        
        
          cências, estalactites, ninhos de pedra,
        
        
          baixo cobrimento de armadura e até
        
        
          fissuras, somente ocorrem de forma
        
        
          pontual, não se convertendo em qual-
        
        
          quer risco à estabilidade da obra.
        
        
          Situações comprometedoras ou-
        
        
          trora observadas nas uniões soldadas
        
        
          e no metal base foram, seguramente,
        
        
          as mais problemáticas ao longo desses
        
        
          45 anos de serventia. Hoje, de forma
        
        
          remediada em sua maioria esmaga-
        
        
          dora, esse cenário não assunta como
        
        
          antes, porém jamais deve ser releva-
        
        
          do, posto que uma trinca transversal
        
        
          na alma ou mesa superior dos caixões
        
        
          metálicos, elementos principal e se-
        
        
          cundário, respectivamente, sempre
        
        
          deixará a obra em situação de risco.
        
        
          A Ponte Rio-Niterói representa
        
        
          o maior laboratório experimental do
        
        
          mundo em juntas de dilatação, com a
        
        
          incrível marca de pelo menos 16 tipos
        
        
          e modelos distintos testados no local,
        
        
          na tentativa de solucionar uma situa-
        
        
          ção que vinha se arrastando há anos.
        
        
          Possivelmente, a Ponte Rio-Niterói é a
        
        
          obra de arte brasileira onde se toma
        
        
          mais cuidado com a questão do corre-
        
        
          to desempenho dos apetrechos insta-
        
        
          lados nas fendas de dilatação.
        
        
          Após mostrar desempenho satis-
        
        
          fatório durante um ano em teste em
        
        
          vãos com até 480,00 m, estão sen-
        
        
          do apostadas todas as fichas no bom
        
        
          comportamento em serviço de um
        
        
          novo modelo de junta, cuja particulari-
        
        
          dade reside em não fazer uso de lábios
        
        
          poliméricos, sendo esses substituídos
        
        
          por um sistema monobloco que englo-
        
        
          ba o lábio e a própria junta, de fabrica-
        
        
          ção nacional.
        
        
          A monitoração especial dos apa-
        
        
          relhos de apoio elastoméricos é reco-
        
        
          nhecida mundialmente, por ser a pri-
        
        
          meira do gênero com a profundidade
        
        
          e extensão atingidas, cujos resultados
        
        
          anuais sacramentam a não necessi-
        
        
          dade de troca dessas almofadas pelo
        
        
          simples critério empírico do aspecto
        
        
          visual. Um estudo do mais alto cunho
        
        
          tecnológico baseado, fundamental-
        
        
          mente, na grande reserva de resistên-
        
        
          cia desses elementos, lastreia e fo-
        
        
          menta as suas permanências na obra,
        
        
          enquanto não estiverem provocando
        
        
          vínculos estruturais.
        
        
          Os resultados da monitoração dos
        
        
          aparelhos de apoio em elastômero fre-
        
        
          tado da Ponte Rio-Niterói indicaram
        
        
          que apenas nos casos em que haja
        
        
          esmagamento das peças, originando
        
        
          desnível no pavimento, ou quando
        
        
          algum vínculo estrutural é a eles atri-
        
        
          buído, esses segmentos devem ser
        
        
          substituídos. O MetrôRio, no Trecho
        
        
          do Elevado Maracanã-Triagem-Maria
        
        
          da Graça, está igualmente realizando
        
        
          pesquisas com os aparelhos de apoio,
        
        
          à luz das premissas levadas a efeito na
        
        
          Ponte Rio-Niterói.
        
        
          O reforço interno das aduelas de
        
        
          concreto, nas seções de momentos
        
        
          máximos positivos e negativos, moti-
        
        
          vado pelo surgimento de fissuras nas
        
        
          uniões coladas nessas regiões, devido
        
        
          à cablagem ser de relaxação normal,
        
        
          é, seguramente, o mais expressivo
        
        
          serviço estrutural realizado na ponte.
        
        
          Todos os vãos em momentos posi-
        
        
          tivos se encontram reforçados com
        
        
          protensão externa introduzida no in-
        
        
          terior das aduelas (Figura 9), e alguns
        
        
          trechos em momentos negativos estão
        
        
          prontos e outros com serviço de refor-
        
        
          ço em andamento. Assinala-se que,
        
        
          independentemente da abertura da
        
        
          fissura, quando isso ocorre é sinal de
        
        
          perda de protensão, e o planejamento
        
        
          para o reforço do vão é a seguir inicia-
        
        
          do, por ordem sequencial da ocorrên-
        
        
          cia. Em pontes coladas e protendidas,
        
        
          especialmente com protensão plena,
        
        
          não são admitidas fissuras.
        
        
          Ensaios para averiguação da im-
        
        
          pregnação do concreto por carbona-
        
        
          tação são realizados corriqueiramente,
        
        
          porém jamais acusaram a penetração
        
        
          desse contaminante em profundidade
        
        
          significativa a partir da superfície.
        
        
          Os vãos 38/39 e 39/40, no Trecho
        
        
          sobre o Mar, especialmente reforça-
        
        
          dos durante a construção, por conta
        
        
          de dúvida às suas estabilidades, são
        
        
          constantemente monitorados com se-
        
        
          los de gesso em regiões estratégicas,
        
        
          além de avaliados para eventual detec-
        
        
          ção de fadiga das armaduras frouxas.
        
        
          Um bem elaborado e funcional sis-
        
        
          tema informatizado de gerenciamento
        
        
          u
        
        
          
            Figura 7
          
        
        
          Equipamento “Sky” em
        
        
          operação durante inspeção
        
        
          de aparelhos de apoio no
        
        
          Acesso Niterói
        
        
          u
        
        
          
            Figura 8
          
        
        
          Uso, ainda que embrionário, de
        
        
          drone para foto da ponte no
        
        
          trecho sobre o mar, a partir da
        
        
          Ilha do Caju