Revista Concreto & Construções - edição 94 - page 16

16 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
A QUESTÃO DA MANUTENÇÃO FOI
SEMPRE RELEGADA AO SEGUNDO PLANO,
POR SER VISTA COMO DESPESA,
NÃO COMO INVESTIMENTO
construção civil estava em crise, sendo
que seria difícil eu conseguir emprego
na área no interior (a Engenharia Civil
da UNICAMP era em Limeira). No
final do quarto ano de engenharia,
comecei iniciação científica na Escola
Politécnica da USP, pesquisando sobre
a resistência de painéis de concreto
celular reforçados com fibras de
polipropileno, sob orientação do Prof.
Dr. Vahan Agopyan, hoje magnífico
Reitor da USP.
Segui para o mestrado na Escola de
Engenharia da USP, participando do
grupo de trabalho sobre alvenaria
estrutural de blocos de concreto,
liderado pelo Prof. Fernando Henrique
Sabattini, que resultou em minha
dissertação. Nesta área e período,
participei ainda do desenvolvimento
do processo construtivo da Tebas
Cerâmica e no desenvolvimento do
processo construtivo para a Encol e
também para a Schahin Cury.
Em 1992, após a conclusão
do meu mestrado, o Prof.
Francisco Romeu Landi, chefe de
departamento na Escola Politécnica
à época, vislumbrando a retomada
dos investimentos na área de
infraestrutura no Brasil, propôs que eu
me transferisse da área de edificações
para a de construção pesada. Eu
aceitei, assumindo a cadeira do
Profº Wolf, sendo o chefe da cadeira
o Prof. Hermes Fajersztajn, hoje
prefeito da Cidade Universitária,
começando a ministrar aulas, na
área, em 1993. No ano seguinte,
surgiu a oportunidade de fazer um
curso de especialização e estágios
em duas construtoras no Japão, com
as quais a Poli tinha convênio.
Quando voltei do Japão, em 16 de
fevereiro de 1995, fui almoçar com o
governador Mario Covas, que tinha
uma longa amizade com meu pai, na
época, nomeado vice-presidente da
SABESP (Companhia de Saneamento
de São Paulo). Neste almoço fui
convidado a integrar o governo,
assumindo o cargo de assessor técnico
do presidente da CDHU (Companhia
de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano de São Paulo), Goro Hama.
Em junho de 1995, assumi o cargo de
assessor especial do governador, onde
fiquei por seis anos, tocando cerca de
500 obras de infraestrutura e outras
obras prioritárias, como estradas,
estações de tratamento, presídios e
hospitais, até março de 2001, quando o
governador faleceu. Neste período, tive
que pedir afastamento da disciplina que
ministrava na Poli, porque não havia
tempo para a docência.
Voltei para a Poli no governo do
Geraldo Alckmin e procurei reestruturar
minha vida acadêmica. No entanto,
quando o José Serra lançou sua
candidatura para prefeito, em 2004, fui
convidado pelo então deputado José
Aníbal, coordenador do programa de
governo, a participar da elaboração
do programa na área de infraestrutura.
Com a vitória do Serra, fui nomeado
vice-presidente e diretor de engenharia
da Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização de São Paulo), iniciando
as obras de transposição da CPTM
(Companhia de Trens Metropolitanos)
na Jacu-Pêssego, finalizando as obras
nas Avenidas Rebouças e Cidade
Jardim e o acesso a Rua Hungria,
determinando o ensaio de túnel de
vento na Ponte Estaiada Octavio
Frias de Oliveira, para assegurar sua
estabilidade, e entregando a reforma de
Interlagos antes do prazo pela primeira
vez na história da Fórmula 1.
Em 2007, assumi o cargo de diretor
no Brasil e na República Dominicana
da empresa Montgomery Watson
Harza – MWH Hidrobrasileira, sendo
encarregado da construção da
hidrelétrica de Pinalito, na República
Dominicana. Em 2012, comprei
participação numa empresa de
gerenciamento, Vizca Engenharia,
prestando consultoria para várias
empresas do setor, como a CPTM
e o Metro. Atuei como coordenador
geral do Programa de Investimentos
nos Transportes Metropolitanos
de São Paulo (BR1162), com
participação no financiamento do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento). Nesta empresa,
atuei como diretor comercial.
Em 2016, por indicação do
vereador Mario Covas Neto, passei
a integrar o grupo de elaboração
do programa de governo do João
Dória, sendo coordenador da área
de infraestrutura. Com a vitória do
Dória em São Paulo, fui nomeado
presidente da SP Obras. Em razão
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