CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019 | 47
adequada, considerando que ambas
as pontes estão inseridas no mesmo
microclima, submetidas às mesmas ca-
racterísticas de tráfego e possuem vãos
e sistemas estruturais semelhantes.
Para este estudo, foram realizadas ins-
peções visuais nas pontes localizadas
sobre o Rio Sapucaí Mirim, na rodovia
BR-381, no município de Pouso Alegre,
em Minas Gerais. A Figura 1 mostra
uma vista geral das pontes avaliadas.
2. DESCRIÇÃO DA
PONTE REABILITADA
A ponte original, Classe 24 para trem-
tipo de 240 kN, foi projetada em 1954,
pelo extinto Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem – DNER. Possui
comprimento de 80,0 metros, divididos
em cinco vãos, além de balanços de
2,65 metros nas extremidades. Possuía
largura total de 8,30 metros, sendo a su-
perestrutura formada por uma laje maci-
ça sobre duas vigas principais (Figura 2),
apoiadas em seis pares de pilares, além
de dezesseis transversinas. Os apoios
intermediários são ligados por vigas-pa-
rede de contraventamento e sua infraes-
trutura era composta por doze tubulões.
A estrutura da ponte possui ainda corti-
nas e alas nas extremidades e juntas de
dilatação nos extremos do tabuleiro.
As intervenções de reabilitação da
ponte foram realizadas no período de
janeiro de 2002 a fevereiro de 2005 e
tiveram por objetivo atender às novas
exigências da rodovia BR-381, que
passava por obras de duplicação. O
projeto de reabilitação previa o aumen-
to de sua largura total de 8,30 para
10,90 metros. Foi previsto também
o reforço estrutural da ponte visando
adequar o seu trem-tipo para 450 kN,
a substituição do pavimento e das jun-
tas de dilatação, a implantação de lajes
de transição nas extremidades, a tro-
ca dos guarda-rodas e guarda-corpos
por barreiras de segurança do tipo New
Jersey, a implantação de drenos e pin-
gadeiras, além de intervenções de re-
cuperação da estrutura existente.
O método de alargamento adotado
consistiu no acréscimo de largura da
laje existente em 1,30 metros para cada
lado, utilizando-se protensão transver-
sal na parte superior do tabuleiro. Foi
executada uma sobrelaje em concreto
protendido, com espessura de 18 cm
no meio do vão, com 160 cordoalhas
de 7 fios do tipo CP190RB, diâmetro
de 12,7 mm, dispostas a cada 50 cm,
em bainhas plásticas corrugadas com
16 mm de diâmetro. Para a protensão,
foram previstas ancoragens nas duas
extremidades laterais da laje. A Figura 3
mostra os detalhes do alargamento da
laje com protensão transversal.
Além do alargamento e reforço da
laje, o projeto previa o reforço das duas
longarinas através de protensão exter-
na. Para a protensão, foram adotados
cabos compostos por 8 cordoalhas
de 7 fios, diâmetro de 15,2 mm, dis-
postas em bainhas de polietileno com
diâmetro de 92 mm. Para a ancora-
gem dos cabos de protensão, foram
implantados blocos de concreto arma-
do, chumbados com barras de 20 mm
coladas com resina epóxi, nas ligações
das longarinas com as transversinas
sobre os pilares extremos da ponte.
O concreto utilizado em toda estrutura
de protensão tinha resistência caracte-
rística à compressão f
ck
≥ 30 MPa e o
cobrimento de armadura especificado
era de 3,0 cm. A Figura 4 apresenta os
detalhes do reforço das longarinas com
protensão externa.
Foi previsto reforço estrutural
apenas para os quatro pilares extre-
mos, através do aumento da seção
transversal, de 50 x 60 cm para 80
x 85 cm. A resistência característica
à compressão do concreto utilizado
neste reforço era de 20 MPa e o co-
brimento de armadura especificado
era de 3,0 cm. O projeto não previa
nenhum tipo de reforço para infraes-
trutura dos apoios existentes.
3. DESCRIÇÃO DA PONTE NOVA
A ponte nova (Classe 45 com trem-
tipo de 450 kN), projetada em 1997
u
Figura 2
Seção transversal da ponte original
Fonte:
DNER, 1954
u
Figura 3
Detalhes do alargamento da laje com protensão transversal
Fonte:
DNIT, 2005
(160x) 1 CP190RB Ø12.7mm – C=1184cm C.50cm
APLICADA FORÇA DE PROTENSÃO DE 13,5tf
BAINHA PLÁSTICA CORRUGADA Ø16mm – L=1090cm
