 
          CONCRETO & Construções  |  Ed. 94 |  Abr – Jun • 2019  |   53
        
        
          u
        
        
          inspeção e manutenção
        
        
          Dimensionamento de sistema
        
        
          de reforço à flexão com
        
        
          materiais compósitos
        
        
          segundo a técnica EBR
        
        
          
            1. INTRODUÇÃO
          
        
        
          N
        
        
          os últimos anos, questões
        
        
          voltadas para a durabilida-
        
        
          de de estruturas, envolven-
        
        
          do conceitos relativos à manutenção,
        
        
          reforço e reparo, estão cada vez mais
        
        
          comuns. A ação do intemperismo,
        
        
          a ausência de inspeção regular e de
        
        
          manutenções preventivas, os erros de
        
        
          projeto e de construção, as mudanças
        
        
          de utilização, a alteração de normas e
        
        
          códigos – após a realização do dimen-
        
        
          sionamento – com imposições mais
        
        
          severas do que as anteriormente em
        
        
          vigor exigiam são algumas das causas
        
        
          que contribuem constantemente para o
        
        
          aumento das questões voltadas para o
        
        
          reforço e recuperação de estruturas.
        
        
          Nesse sentido, diversas pesquisas
        
        
          foram realizadas para o desenvolvimen-
        
        
          to de novas tecnologias que tornem as
        
        
          estruturas mais eficientes e seguras,
        
        
          com o objetivo de inseri-las na indústria
        
        
          da construção civil. Para tanto, torna-
        
        
          -se necessário o desenvolvimento de
        
        
          novos materiais e de técnicas que se-
        
        
          jam rápidas, simples e que minimizem
        
        
          seus efeitos estéticos na arquitetura.
        
        
          Dentre o desenvolvimento de no-
        
        
          vos materiais, um maior destaque foi
        
        
          dado à utilização de Polímeros Refor-
        
        
          çados com Fibras (PRF ou FRP,
        
        
          Fiber
        
        
          Reinforced Polymer
        
        
          , em língua inglesa),
        
        
          que podem substituir, com vantagens
        
        
          técnicas e econômicas, os materiais
        
        
          convencionais utilizados nas técnicas
        
        
          tradicionais de reforço estrutural. Se-
        
        
          gundo Fernandes (2016), os compó-
        
        
          sitos de FRP estão sendo cada vez
        
        
          mais utilizados para reforço de estru-
        
        
          turas, sejam elas de concreto armado
        
        
          e protendido, sejam de aço, alvenaria
        
        
          ou madeira. Isso porque esses mate-
        
        
          riais possuem excelentes propriedades
        
        
          mecânicas, destacando-se a alta resis-
        
        
          tência e o alto módulo de elasticidade,
        
        
          o baixo peso próprio e, principalmen-
        
        
          te, a resistência à corrosão (OBAIDAT
        
        
          et al.
        
        
          , 2010). Os compósitos de FRP
        
        
          são materiais contínuos formados por
        
        
          dois componentes: as fibras, respon-
        
        
          sáveis por proporcionar resistência e
        
        
          rigidez, e a matriz polimérica, constitu-
        
        
          ída por resina, responsável por ligar as
        
        
          fibras entre si e protegê-las dos agen-
        
        
          tes agressores ambientais (MACHADO
        
        
          e MACHADO, 2015). As fibras mais
        
        
          comuns utilizadas nos FRP são as de
        
        
          vidro, aramida e carbono, sendo seus
        
        
          respectivos compósitos denominados
        
        
          GFRP (
        
        
          Glass Fiber Reinforced Polymers
        
        
          ,
        
        
          em língua inglesa), AFRP (
        
        
          Aramid Fiber
        
        
          Reinforced Polymers
        
        
          , em língua ingle-
        
        
          sa) e CFRP (
        
        
          Carbon Fiber Reinforced
        
        
          Polymers
        
        
          , em língua inglesa). Dos três
        
        
          compósitos citados, o de fibra de car-
        
        
          bono é o mais utilizado em meio às
        
        
          intervenções de reforço, apresentan-
        
        
          do-se com as melhores propriedades
        
        
          quando comparado aos compósitos
        
        
          de fibra de vidro e aramida, possuindo
        
        
          como principais vantagens a resistên-
        
        
          cia à ação de agentes químicos e a
        
        
          imunidade à corrosão.
        
        
          Por sua vez, entre as técnicas de
        
        
          aplicação dos compósitos de FRP,
        
        
          duas destacam-se. A primeira, co-
        
        
          nhecida como técnica EBR (
        
        
          Externally
        
        
          Bonded Reinforcement
        
        
          , em língua in-
        
        
          glesa), baseia-se na colagem externa
        
        
          do compósito de FRP ao substrato do
        
        
          elemento a reforçar, podendo ser usada
        
        
          tanto no reforço à flexão, cisalhamento,
        
        
          torção e encamisamento de seções. A
        
        
          segunda técnica é relativamente nova,
        
        
          surgiu como alternativa a algumas de-
        
        
          ficiências da técnica EBR, e é conhe-
        
        
          cida como técnica NSM (
        
        
          Near Surface
        
        
          Mounted
        
        
          , em língua inglesa). Esta técni-
        
        
          ca se baseia na inserção de laminados
        
        
          GLÁUCIA MARIA DALFRÉ – P
        
        
          rofessora
        
        
          U
        
        
          niversidade
        
        
          F
        
        
          ederal
        
        
          de
        
        
          S
        
        
          ão
        
        
          C
        
        
          arlos
        
        
          (UFSC
        
        
          ar
        
        
          )
        
        
          ALEXANDRE ALVES – P
        
        
          rofessor
        
        
          U
        
        
          niversidade
        
        
          F
        
        
          ederal
        
        
          do
        
        
          ABC (UFABC)
        
        
          ANA CAROLINA FÁVERO DE OLIVEIRA – E
        
        
          ngenheira
        
        
          C
        
        
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