102 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
u
entidades da cadeia
O Brasil e os terremotos
Q
uando, em 1992, co-
meçamos a trabalhar na
revisão da ABNT NBR
6118, uma questão central eram
os carregamentos horizontais. Era
preciso requerer com mais firmeza
a consideração do efeito do vento,
uma vez que estávamos projetando
edifícios cada vez mais altos, esbel-
tos e sem travamentos de alvenaria.
Assim foi feito na versão aprovada
em 2003, que incluiu também o de-
saprumo, condicionante nos edifícios
que, embora baixos, usavam tam-
bém vãos maiores sem travamentos
de alvenaria.
A introdução desses dois requisi-
tos tinha por traz também uma outra
ideia. Embora os sismos no Brasil
sejam pequenos, eles existem e as
construções precisam estar prepa-
radas para enfrentá-los. Esses dois
requisitos ajudam a proteger nossas
construções, tornando-as mais ro-
bustas, especialmente os edifícios
baixos através do desaprumo.
Logo em seguida à aprovação
da ABNT NBR6118, foi preparada e
aprovada e ABNT NBR15421 – Pro-
jeto de estruturas resistentes a sis-
mos. A maior parte do Brasil, Zona 0,
não é sísmica e aqueles dois requisi-
tos acima nos garantem a robustez
necessária, mas existem áreas, Zona
1, onde um carregamento horizontal
pré-definido é requerido, e outras,
Zonas 2 a 4, onde não se pode esca-
par de um projeto sismo-resistente.
Com essa norma, o projeto de
edifícios sismo-resistentes fica defi-
nido, mas infelizmente ainda não o
de pontes sismo-resistentes. Como
FERNANDO REBOUÇAS STUCCHI – H
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MC 2020
Ponte sobre o Rio Daule, em Guayaquil, no Equador