Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 94

94 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
u
pesquisa e desenvolvimento
Controle da resistência à
compressão do concreto:
análise comparativa entre
os procedimentos propostos
pela ABNT, ACI e EN
1. INTRODUÇÃO
N
o Brasil, atualmente, o con-
trole da resistência à com-
pressão do concreto é rea-
lizado de acordo com as prescrições
da norma ABNT NBR 12655:2015
“Concreto de cimento Portland – Pre-
paro, controle, recebimento e aceitação
- Procedimento”, que apresenta, no
subitem 6.2 “Ensaios de resistência à
compressão”, os limites máximos para
a formação de lotes de concreto, crité-
rios de amostragem e os dois tipos de
controle considerados: controle estatís-
tico por amostragem parcial e controle
por amostragem total.
No controle por amostragem parcial
as amostras são coletadas aleatoria-
mente de betonadas distintas, respei-
tando a quantidade mínima de exem-
plares (conforme os grupos e classes
de resistência do concreto), para pos-
terior determinação do f
ck,est
por meio
de expressões matemáticas (com
fundamento estatístico) denominadas
estimadores, formulados para o caso
mais comum de amostras, com núme-
ro de exemplares compreendidos entre
6 ≤ n < 20, e, para amostras com vin-
te ou mais exemplares (n ≥ 20). Neste
caso leva em conta a resistência média
(f
cm
) e o desvio padrão de produção e
ensaio efetivo, denominado na norma
como s
d
.
Ressalta-se que, no Brasil, o contro-
le por amostragem parcial é comumen-
te empregado em fábricas de pré-mol-
dados de concreto (lajes alveolares,
vigas, pilares, dormentes, etc.), devido,
principalmente, à dinâmica de produ-
ção que usa betoneiras de pequeno
volume (< 1m
3
). Nos casos de obras
de arte ou de edificações, construídas
por concretagem in loco e caminhões
betoneira de 8 m
3
, a amostragem é pre-
ponderantemente total, a 100%.
Quanto ao controle por amostragem
total (100%), todas as betonadas são
amostradas e a resistência característi-
ca à compressão do concreto estimada
(f
ck,est
) é dada pelo valor da resistência à
compressão do exemplar de cada be-
tonada, uma vez que a amostra, nes-
te caso de 100%, confunde-se com
a população. Trata-se de um controle
largamente utilizado no Brasil em obras
de edifícios comerciais e residenciais de
múltiplos pavimentos desde a vigência
da ABNT NB-1 de 1978.
Conforme estabelecido no subitem
6.2.2 “Amostragem” da norma ABNT
NBR 12655:2015, cada exemplar deve
ser constituído por, no mínimo, dois
corpos de prova da mesma amassada
e moldados no mesmo ato. A resistên-
cia do exemplar (ou seja, daquela be-
tonada), para uma determinada idade
de ruptura, é a maior dentre os dois va-
lores obtidos no ensaio de resistência
à compressão. Outras normas, como
ACI 318 e EN 206, adotam a média
dos valores, estabelecendo uma tole-
rância máxima de diferença entre dois
ou mais resultados de corpos de prova
da mesma amassada/betonada. Em
todas as normas uma amassada/be-
tonada, qualquer que seja seu volume,
só tem um valor de resistência, ou seja,
RICARDO BONI
CARLOS BRITEZ
P
h
D E
ngenharia
PAULO HELENE
P
h
D E
ngenharia
,
ALCONPAT I
nt
.
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