CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018 | 95
sempre representam apenas um exem-
plar, ou seja, uma unidade de produto
ou um indivíduo estatístico.
O controle da resistência à com-
pressão do concreto das estruturas de
edificação e de obras de arte é parte
integrante da introdução da segurança
no projeto estrutural, sendo indispen-
sável sua permanente comprovação ao
longo da execução da estrutura, bem
como a sua respectiva rastreabilidade
por meio do adequado mapeamento
do lançamento do concreto.
Neste trabalho estão apresentados
os resultados obtidos durante o contro-
le de resistência à compressão do con-
creto realizado por amostragem total à
luz da ABNT NBR 12655, bem como
análises comparativas com o controle
proposto pela norma americana ACI
318-14 “
Building Code Requirements
for Structural Concrete
” e pela norma
europeia EN-206:2013 “
Concrete –
Specification, performance, production
and conformity
”.
Para tanto, foi analisado um único
traço de concreto f
ck
= 40MPa, au-
toadensável com classe de espalha-
mento SF 2 (
slump-flow
de 660mm a
750 mm), conforme classificação da
ABNT NBR 15823:2010 “Concreto
autoadensável. Parte 1: Classifica-
ção, controle e aceitação no estado
fresco”, produzido em uma única
Central dosadora, durante um perío-
do de 2 anos e 9 meses, e aplicado
nas estruturas de concreto armado
de 1 (uma) torre comercial e 2 (duas)
torres corporativas, com 24 e 36 pa-
vimentos, de um empreendimento de
grande porte localizado na cidade de
São Paulo.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
E PREMISSAS
2.1 Características do concreto e
particularidades da produção
Com base nas diretrizes do método
de dosagem IBRACON (Tutikian & Hele-
ne, 2011), nas especificações de projeto,
nos insumos disponíveis, nas condições
e particularidades do canteiro de obras
do empreendimento, foi realizado um
extenso estudo de dosagem racional e
experimental para elaboração de um tra-
ço de concreto autoadensável com fck
= 40MPa. Este estudo foi desenvolvido
em conformidade com as normas ABNT
NBR 12655 e ABNT NBR 15823.
Considerando todos os aspectos
mencionados, obteve-se o traço deta-
lhado na Tabela 1.
Também foi realizado um evento de
concretagem protótipo para avaliar o
comportamento do concreto estuda-
do em laboratório, nas condições de
obra. Na oportunidade, observou-se
em campo que a quantidade de aditivo
superplastificante seria variável, da or-
dem de 30%, em virtude das condições
climáticas, mantendo-se constantes as
demais variáveis.
A Fig. 1 apresenta o aspecto visual
u
Tabela 1 – Traço do concreto f
ck
= 40MPa, em massa, materiais secos,
para 1m³ de concreto
Insumos do traço do concreto
f
ck
40MPa
Cimento (CP III-40-RS)
380kg
Sílica ativa
20kg
Água
180kg
Areia fina natural
364kg
Areia artificial, areia de brita
546kg
Brita 0 (dimensões de 4,5mm a 9,5mm)
279kg
Brita 1 (dimensões de 9,5mm a 19mm)
651kg
Aditivo polifuncional, 0,6% em massa de cimento
2,3kg
Aditivo superplastificante, 1,2% em massa de cimento
4,6kg
Massa específica do concreto fresco (kg/m
3
)
2420
Espalhamento (classe)
SF2
Teor de ar aprisionado (%)
0,8
u
Figura 1
Aspecto visual do concreto autoadensável observado durante o ensaio
de espalhamento (
slumpflow test
)