CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018 | 107
u
mantenedor
Concreto dos pilares
e vigas que suspendem
a Capela Santa Luzia
na Cidade Matarazzo
1. INTRODUÇÃO
P
lural. Eis uma palavra que
pode ser aplicada à cidade
de São Paulo. Multicultu-
ral, megalópole, centro econômico
do Brasil, a cidade não pode ser re-
sumida em um único símbolo, apesar
de alguns reunirem capacidade sufi-
ciente para ajudar a contar a histó-
ria do município. Quer um exemplo?
Conde Francisco Matarazzo.
Imigrante de origem italiana, Ma-
tarazzo desembarcou no Brasil em
1881 e construiu a Indústrias Reuni-
das Francisco Matarazzo (IRFM), um
conglomerado que chegou a reunir
mais de 200 fábricas.
Mas além da atividade industrial,
Matarazzo mantinha a poucos qui-
lômetros de sua mansão na avenida
Paulista – outro símbolo de São Pau-
lo – o Hospital Umberto I, inaugurado
no início do século XX em homena-
gem ao Rei Umberto I da Itália. No
complexo, também havia a Materni-
dade Condessa Filomena Matarazzo,
alusão ao nome de sua esposa, e a
Capela Santa Luzia.
Hoje, todo esse conjunto de 30
mil metros quadrados, localizado
entre as ruas São Carlos do Pinhal,
Itapeva, Pamplona e Alameda Rio
Claro, foi arrematado pelo grupo
multinacional francês Allard, que pre-
tende inaugurar a Cidade Matarazzo
em 2019. O projeto mantém o legado
arquitetônico e o patrimônio cultural
do complexo, e vai abrigar um hotel
seis estrelas, shopping e uma torre
de 22 andares assinada pelo arquite-
to francês Jean Nouvel.
Para manter todo esse legado
intacto, conforme estabeleceu o
Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico do Estado de São Paulo
(Condephaat) na liberação da obra,
a Capela Santa Luzia foi literalmente
suspensa. E a maternidade também
passa pelo mesmo processo. A sen-
sação para quem vislumbra ambas
construções é uma só: elas parecem
flutuar, escoradas por meio de uma
reunião de vigas e pilares, repletas
LUANA SCHEIFER – G
erente
de
T
ecnologia
do
C
oncreto
ANDRÉ TAVARES SIMONI – C
oordenador
de
T
ecnologia
do
C
oncreto
MARIA FERNANDA ALONSO OLIVEIRA – C
oordenadora
de
T
ecnologia
do
C
oncreto
ALEXANDRE MENARES BENITO – C
oordenador
de
T
ecnologia
do
C
oncreto
V
otorantim
C
imentos
u
Figura 1
Vigas no entorno da Capela
Santa Luzia