108 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
de concreto. Uma tarefa nada fácil
porque o grande desafio no ato de
concretagem foi executar a estrutura
de concreto armado sob uma arma-
ção já existente, sem que houvesse
qualquer tipo de movimentação da
estrutura da capela, tombada pelo
Condephaat.
Participar desse desafio de enge-
nharia e da obra Cidade Matarazzo
foi um presente de aniversário. A En-
gemix completa 50 anos em 2018 e
obras desse porte só engrandecem
a sua trajetória. Desde que passou a
fazer parte da Votorantim Cimentos
em 2002, o objetivo da empresa é se
firmar como referência nacional em
tecnologia no concreto.
Em linha com esse propósito,
colocar a Capela Santa Luzia como
se estivesse suspensa no ar, impul-
sionou a equipe a desenvolver um
traço de concreto bastante diferen-
te do convencional. Dentre todos
os desafios na especificação deste
concreto, dois deles eram contra-
ditórios. O primeiro se referia à ne-
cessidade de garantir a manutenção
da fluidez do concreto durante toda
aplicação, considerando como tem-
po médio de percurso do caminhão
betoneira algo próximo a uma hora e
30 minutos. O segundo desafio: era
necessário atender a uma elevada
resistência à compressão já nas pri-
meiras 24 horas, para o enrijecimen-
to da estrutura, dada a complexidade
da concretagem e a impossibilidade
de movimentação da estrutura já
existente.
Mas não foi só. Existiam desafios
adicionais que deixaram a dosagem
do traço ainda mais complexa. Foi
necessário, por exemplo, um concre-
to com fluidez suficiente para que re-
giões “enterradas” fossem atingidas.
Ao mesmo tempo era necessário um
concreto que não exercesse uma
grande pressão nas formas, devido
ao pequeno espaço para sua monta-
gem e seu travamento. Assim, o con-
creto foi lançado em alguns pontos
específicos, cujo objetivo era alcan-
çar todos os cantos dos elementos
estruturais com a capacidade de au-
toadensar (Figura 4).
As Figuras 1 a 4 mostram o ta-
manho do desafio. Primeiro, a Ca-
pela Santa Luzia passou por concre-
tagens nos pilares (estacas), depois
nas vigas de coroamento (Figura 1).
Essas vigas ficavam no entorno da
estrutura já existente e também pas-
savam por dentro da capela (Figuras
2 e 3).
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Figura 2
Intersecção das vigas na parte interna da estrutura
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Figura 3
Montagem das vigas na parte interior