CONCRETO & Construções | 105
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inspeção e manutenção
Proposição de índices de
avaliação de degradação
para obras de arte
especiais – Conceitos
1. INTRODUÇÃO
O
grande problema encon-
trado em um sistema de
gerenciamento de Obras
de Arte Especiais (OAEs) é a defini-
ção de prioridades, pois sempre se
trata de um número significativo de
obras, normalmente com caracterís-
ticas díspares, que possuem veloci-
dades de degradação diferenciadas.
Como os recursos financeiros e
técnicos são sempre limitados, defi-
nir a sequência de obras a sofrer in-
tervenções, com base não só no seu
estado atual como também na veloci-
dade de degradação é essencial para
o correto emprego desses recursos.
Dessa forma, a adoção de va-
lores numéricos na avaliação de
OAEs permite uma análise mais
precisa de suas reais condições e a
priorização das intervenções.
2. A INSPEÇÃO ESTRUTURAL E
SUA INSERÇÃO EM UM
SISTEMA DE GERENCIAMENTO
A inspeção é o elemento impres-
cindível para o controle da degrada-
ção de uma estrutura de concreto,
por permitir, quando executada de
forma ordenada no tempo, a deter-
minação da curva de degradação
de cada estrutura vistoriada.
No entanto, sem a atribuição
de notas objetivas, que permitam a
definição do momento de interven-
ção preventiva, um programa de
vistorias perde muito da sua efeti-
vidade, pois não define prioridades
ou estas se baseiam em elementos
subjetivos.
Dessa forma, a introdução de
um programa de gerenciamento de
OAEs baseado em vistorias perió-
dicas e em um sistema objetivo de
avaliação, com o objetivo de garan-
tir a condição de utilização de um
conjunto de estruturas permite que
esse objetivo seja atingido, mesmo
com recursos limitados para a sua
manutenção ou recuperação.
As vistorias periódicas costu-
mam ser conhecidas também por
inspeções rotineiras. De acordo
com o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes –
DNIT (2004), as inspeções rotinei-
ras são visuais, efetuadas a partir
do estrado, do terreno, do nível
d’água ou de plataformas e cami-
nhos permanentes, se existentes.
Equipamentos especiais e ensaios
in loco
são empregados nessas ins-
peções somente quando constituí-
rem no único meio de inspecionar
os trechos de interesse. As infor-
mações verificadas no decorrer de
uma vistoria desse tipo devem ser
registradas em planilhas (ou fichas
de inspeção) e complementadas
por um documento fotográfico.
Dada a complexidade das re-
lações entre as obras humanas e
os ambientes naturais, que podem
levar a um processo de degrada-
ção mútua, existe a necessidade
de um modelo gerencial adaptável,
que possa ser ajustado a partir da
detecção de desvios nos objetivos
preconizados, em um processo de
realimentação do sistema. Essa
JOSÉ BENTO FERREIRA – P
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(UNESP/FEG/DEC)
JULIA WIPPICH LENCIONI – P
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(UNITAU/D
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