102 | CONCRETO & Construções
u
mercado nacional
Desempenho e expectativas
da indústria de pré-fabricados
de concreto
P
elo terceiro ano consecutivo,
a Fundação Getúlio Vargas
(FGV) realizou, por encomen-
da da Associação Brasileira da Constru-
ção Industrializada de Concreto (Abcic),
uma sondagem entre as associadas da
entidade para verificar o desempenho e
sondar as perspectivas da indústria de
pré-fabricados de concreto no Brasil.
Na sondagem deste ano, cuja co-
leta de dados foi realizada entre julho e
setembro de 2015, as empresas repor-
taram uma piora em seu desempenho,
com redução dos planos de investimen-
tos. Vale lembrar que a sondagem reali-
zada pela FGV junto aos associados da
Abcic em 2014 mostrou uma frustração
com os resultados de 2013 e já havia in-
dicado uma queda na intenção de inves-
timento do empresário.
De fato, os números apurados em
2015 revelaram que houve diminuição na
produção e no número de empregados,
repercutindo negativamente na decisão
de investir das empresas. Na verdade, a
queda nos investimentos mostrou-se ain-
da mais severa que a anunciada no final
de 2014. Indiscutivelmente, as empresas
de pré-fabricados sofreram o impacto da
retração da atividade do principal elo da
cadeia e demandante de seus produtos:
o setor da construção.
EMPREGO E PRODUÇÃO
No que diz respeito ao total de em-
pregos gerados pelas indústrias de pré-
-fabricados, a sondagem da FGV cons-
tatou que, em dezembro de 2014, as
associadas da Abcic registravam um
total de 11.295 funcionários, o que re-
presentou 1,3% do contingente de tra-
balhadores da indústria de material e
equipamentos e 8,8% do segmento de
fabricação de artefatos de concreto. Na
comparação com 2013, a redução no
estoque de trabalhadores das empresas
foi de 6,39%, maior do que a média da
indústria de materiais, que apresentou
queda de 2,39% no mesmo período.
A produção de pré-fabricados no
ano de 2014, que alcançou a marca de
1.035.628 m
3
, também encolheu (-3,2%)
na comparação com o ano anterior. A
produção média foi de 25.891 m
3
por
empresa. Em 2014, de acordo com o
IBGE, a produção de materiais de cons-
trução registrou declínio de 5,9%. O de-
sempenho menos negativo da indústria
de pré-fabricado se deve à grande diver-
sidade de atuação do segmento, além
da garantia de agilidade e qualidade, ca-
racterísticas inerentes ao segmento das
estruturas pré-fabricadas.
A capacidade de produção instala-
da das empresas de pré-fabricados de
concreto teve recuo de 2,6%, passan-
do de 1,678 milhão de m
3
, em 2013,
para 1.635 milhão de m
3
no ano pas-
sado. Em relação ao declínio, a son-
dagem faz uma observação, ao notar
que as espessuras de lajes e seções
de vigas variam de acordo com o pro-
jeto, a modularidade estabelecida e
a tecnologia empregada. Por isso, é
possível ser observada uma diminui-
ção ou um aumento no volume de
concreto utilizando os mesmos recur-
sos, o que dificulta o estabelecimento
u
Gráfico 1
Perfil da produção
Fonte:
FGV / IBRE
41.0%
23.1%
12.8%
15.4%
7.7%
Produção 2014
39.0%
29.3%
9.8%
17.1%
4.9%
Produção 2013
3
Até 10 mil (m )
Acima de
3
100,1 mil (m )
De 10,1 a
3
20 mil (m )
De 20,1 a
3
30 mil (m )
De 30,1 a
3
100 mil (m )