CONCRETO & Construções | 109
Observações:
u
Quando o risco de contamina-
ção por cloretos for alto, deve-se
enquadrar esse trecho da estru-
tura na classe IV. É o caso da
zona de respingos de maré.
u
O responsável pelo projeto es-
trutural, de posse de dados re-
lativos ao ambiente em que será
construída a estrutura, pode
considerar classificação mais
agressiva que a estabelecida na
tabela.
Fissuração anômala deve ser
considerada aquela não oriunda da
tração prevista em projeto, e que
pode se dar por forças de tração
não previstas, por compressão ex-
cessiva do concreto ou por corro-
são da armadura de aço, entre ou-
tras. Também pode ser considerada
aquela que, ocorrendo em zonas de
tração previstas em projeto, apre-
sentam abertura excessiva ou distri-
buição irregular.
4.1 Considerações sobre
a agressividade ambiental e
a velocidade de degradação
Dentro de um sistema de geren-
ciamento de OAEs, não é suficiente
estabelecer o atual estado de degra-
dação de uma estrutura. Por se tratar
de um conjunto de obras, é necessário
também se definir o ambiente de
exposição da estrutura, segundo a
ABNT NBR 6118, conforme já citado
no item 4, o qual irá influenciar na ve-
locidade de degradação, permitindo
a definição das prioridades dentro do
conjunto de obras e a frequência das
vistorias periódicas. Lencioni (2005)
apresenta um estudo sobre a influên-
cia de fatores ambientais e dos dife-
rentes ambientes na degradação de
OAEs, discutindo a importância de
se considerar esses elementos nas
inspeções estruturais.
Os efeitos da agressividade am-
biental sobre as estruturas podem
ser introduzidos no sistema de ge-
renciamento sob a forma de pesos,
elementos multiplicadores dos valo-
res adotados para os níveis de dete-
rioração descritos.
u
Tabela 1 – Classes de agressividade ambiental em função das condições
de exposição. Adaptado da ABNT NBR 6118 (ABNT, 2014)
Macroclima
Microclima
Ambientes internos
Ambientes externos
e obras em geral
Seco
1
UR
≤
65%
Úmido ou
ciclos
2
de
molhagem e
secagem
Seco
3
UR
≤
5%
Úmido ou
ciclos
4
de
molhagem e
secagem
Rural
I
I
I
II
Urbana
I
II
I
II
Marinha
II
III
–
III
Industrial
II
III
II
III
Especial 5
II
III ou IV
III
III ou IV
Respingos
de maré
–
–
–
IV
Submersa
≥
3m
–
–
–
I
Solo
–
–
Não agressivo I
Úmido e agressivo
II, III ou IV
1
Salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou
ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura.
2
Vestiários, banheiros, cozinhas, lavanderias industriais e garagens.
3
Obras em regiões de clima seco, e partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos.
4
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel,
armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
5
Macro clima especial significa ambiente com agressividade bem conhecida, que permite definir a classe de agressividade III
ou IV nos ambientes úmidos. Se o ambiente for seco, deve ser considerada classe de agressividade II nos ambientes internos
e classe de agressividade III nos ambientes externos.
u
Tabela 2 – Classes de agressividade ambiental e fissuração admissível, para
estruturas de concreto armado. Adaptado da ABNT NBR 6118 (ABNT, 2014)
Classe de
agressividade ambiental
(CAA)
Agressividade
Risco de degradação
da estrutura
Fissuração
admissível
(mm)
I
Fraca
Insignificante
0,4
II
Moderada
Pequeño
0,3
III
Forte
Grande
0,3
IV
Muito forte
Elevado
0,2