CONCRETO & Construções | 117
u
entidades da cadeia
ABNT – 75 anos de
Normalização Técnica no Brasil
1. INTRODUÇÃO
A
Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas completou 75
anos no último dia 28 de se-
tembro, com uma trajetória marcada por
desafios e conquistas que se revertem
em benefícios para a sociedade brasilei-
ra em, praticamente, todas as áreas de
atividades. Com 224 Comitês Técnicos
(sendo 63 Comitês Brasileiros, quatro Or-
ganismos de Normalização Setorial e 157
Comissões de Estudo Especiais) e um
acervo de mais de oito mil Normas Téc-
nicas, a ABNT é um patrimônio nacional,
por sua contribuição para o desenvolvi-
mento tecnológico, proporcionando qua-
lidade e competitividade, promovendo a
cidadania e a defesa do consumidor e do
meio ambiente.
Entidade privada, sem fins lucrativos,
a ABNT foi reconhecida pelo governo
brasileiro como de utilidade pública em
1962 e, trinta anos mais tarde, por Re-
solução do CONMETRO – Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial, de 24.08.1992,
foi elevada à condição de Foro Nacional
Único de Normalização.
A ABNT representa o Brasil nos foros
internacionais de normalização técnica,
tendo sido membro fundador da ISO
(
International Organization for Standardi-
zation
), da COPANT (Comissão Paname-
ricana de Normas Técnicas) e da AMN
(Associação Mercosul de Normalização),
além de tomar parte nos trabalhos da IEC
(
International Eletrotechnical Comission
)
desde sua fundação. Por meio de seus
Comitês Brasileiros, atua ativamente em
mais de 400 Comitês Técnicos da ISO e
em praticamente todos da IEC.
Para marcar a comemoração de
seus 75 anos de ininterrupta atividade,
foi realizada uma cerimônia simples na
sede da entidade, com o lançamento do
Selo e do Carimbo da Empresa Brasi-
leira de Correios e Telégrafos (Figura 1),
contendo informações sobre o aniversá-
rio da ABNT.
2. UM POUCO DE HISTÓRIA
Em 1937 começou a ser traçada a
história da ABNT, quando, por iniciati-
va do engenheiro Paulo Sá, considera-
do o Patrono da entidade, foi realizada
a 1ª Reunião de Laboratórios de En-
saios de Materiais, com a finalidade de
aprimorar pesquisas e criar novas tec-
nologias. Nesse encontro, que ocorreu
no Instituto Nacional de Tecnologia
(INT), no Rio de Janeiro, ganhou força
a proposta de criação de uma entida-
de nacional de normalização.
Nesse contexto, a Associação Bra-
sileira de Cimento Portland (ABCP) teve
papel importante, pois defendia a neces-
sidade de elaboração de normas técnicas
brasileiras para a tecnologia do cimento e
do concreto. Na época, os vários labo-
ratórios de ensaio do país não contavam
com documentos padronizados, o que
gerava condições para que a análise de
corpos de ensaio similares apontasse
resultados diferentes. O posicionamento
da ABCP foi logo endossado pelos dois
laboratórios mais importantes do Brasil
na época, o INT, do Rio de Janeiro, e o
IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
de São Paulo. A partir dessa iniciativa, já
em 1937, por decreto do então Presiden-
te Getúlio Vargas, foram publicados dois
documentos técnicos contendo especifi-
cações e métodos de ensaios de cimento
Portland (EB1 e MB1, respectivamente).
Nos anos 1938 a 1940, com o avan-
ço do desenvolvimento industrial brasi-
leiro, ficou evidente a necessidade de se
dispor de normas técnicas para a padro-
nização de processos e metodologias
de ensaios. O idealismo e empenho de
representantes do meio técnico nacional,
entre os quais figuram os engenheiros
ENGª INÊS BATTAGIN – S
uperintendente
do
ABNT/CB-18, M
embro
dos
C
onselhos
T
écnico
e
D
eliberativo
da
ABNT
e
D
iretora
T
écnica
do
IBRACON
u
Figura 1
Selo e carimbo comemorativos
dos 75 anos da ABNT