Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 95

CONCRETO & Construções | 95
Na engenharia civil, os principais estu-
dos desenvolvidos com aplicação da
termografia de infravermelho são os
relativos à avaliação das características
térmicas da envolvente de edifícios e a
eficiência energética, e os relativos ao
estudo de anomalias e manifestações
patológicas em edificações. A identifi-
cação e quantificação de anomalias e
manifestações patológicas em edifica-
ções com termografia é bem complexa,
porque as diferenças de temperatura
entre as zonas com e sem anomalias
são relativamente pequenas, se com-
paradas com outras áreas da engenha-
ria onde se estudam componentes e
equipamentos que geram calor durante
seu funcionamento. Um componente
elétrico defeituoso que emite calor ex-
cessivo é muito facilmente detectável
pela termografia.
Com a termografia infravermelha
podem-se detectar somente anomalias
associadas a modificações mensurá-
veis das características térmicas (fluxo
de calor e temperaturas resultantes) e
patologias com profundidades limita-
das (próximas à superfície). Com base
nessas características e limitações, têm
sido estudadas diferentes incidências
patológicas nas edificações, principal-
mente em fachadas. A figura 2 mostra
como é possível detectar na imagem
térmica de uma fachada com reves-
timento de placas cerâmicas, a pre-
sença de destacamentos (Fig 2-a) (D),
não visíveis na inspeção visual (Fig 2-b).
Essa inspeção foi efetuada à noite, com
fluxo de calor reverso (da fachada para
o ambiente), sendo a região destacada
identificada por temperaturas mais bai-
xas (mais escuras no termograma)
Em estudos de laboratório, onde
são controladas cada uma das variá-
veis relacionadas com a técnica e com
o defeito, comprovou-se que falhas de
aderência ou ausência de argamassa
por trás da cerâmica são facilmente
identificáveis e quantificáveis com essa
técnica (Bauer et al., 2015). Na figura
3, observa-se, em um estudo realizado
em placa de argamassa revestida com
cerâmica, como a ausência de material
por trás da cerâmica (A) é identificável
com precisão no termograma, quando
a placa é aquecida artificialmente. Nes-
te caso o fluxo de calor é da placa para
o meio ambiente (fluxo reverso).
Os elementos estruturais de uma
edificação, por ser geralmente de mate-
riais diferentes da alvenaria, ou por ter
inércia térmica diferente, são regiões fa-
cilmente identificáveis nos termogramas.
Um exemplo de localização de elemen-
u
Figura 2
Detecção de destacamentos em uma fachada com revestimento cerâmico
com termografia infravermelha (termografia passiva)
Termograma
a
Fotografia digital da
área inspecionada
b
u
Figura 3
Detecção da falta de argamassa
por trás da cerâmica em placas
de laboratório
u
Figura 4
Identificação dos elementos estruturais de concreto
com termografia infravermelha
Termograma evidenciando as diferentes
temperaturas e os elementos
a
Fotografia digital da região inspecionada
b
1...,85,86,87,88,89,90,91,92,93,94 96,97,98,99,100,101,102,103,104,105,...132
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