Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 87

CONCRETO & Construções | 87
Durabilidade de armaduras
enterradas sob processo de
corrosão natural
CARLOS EDUARDO TINO BALESTRA – E
ngenheiro
MS
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MARYANGELA GEIMBA DE LIMA – P
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RONALDO ALVES DE MEDEIROS-JUNIOR – P
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1. INTRODUÇÃO
O
emprego de armaduras no
concreto, dando origem
ao compósito denominado
concreto armado, possibilitou superar
a limitação daquele como material prio-
ritariamente resistente à compressão,
permitindo a construção de estruturas
mais esbeltas e capazes de vencer vãos
maiores graças ao melhoramento das
propriedades mecânicas, garantindo,
assim, a difusão de seu uso em diversos
segmentos da construção civil, abran-
gendo desde obras de uso residencial
até obras de infraestrutura. Todavia, pro-
blemas relacionados à corrosão das ar-
maduras são observados com uma alta
frequência, sendo uma das principais
causas de degradação em estruturas de
concreto armado, envolvendo aportes
financeiros significativos para a reabilita-
ção das mesmas.
O pH da solução presente nos poros
do concreto propicia condições à esta-
bilidade de um filme de passivação que
reveste as armaduras no interior do con-
creto, protegendo-as frente à corrosão,
porém agentes externos, como cloretos
e o dióxido de carbono presentes no
ambiente, penetram através da camada
de cobrimento do concreto atingindo a
região das armaduras e destruindo este
filme, criando condições para o desen-
cadeamento de um processo corrosivo
delas, havendo, consequentemente, a
formação de produtos de corrosão de
caráter expansivo. Estes produtos de
corrosão depositam-se no entorno das
armaduras exercendo tensões radiais
ao eixo das barras, que não são supor-
tadas pela limitada deformação plástica
do concreto, levando, assim, à fissura-
ção e posterior destacamento da cama-
da de cobrimento.
A corrosão das armaduras não ape-
nas gera um impacto visual pela forma-
ção de fissuras, destacamento do cobri-
mento e aparecimento de manchas nas
u
inspeção e manutenção
Armaduras de espera das fundações da Ala Zero do Instituto Tecnológico de
Aeronática (ITA), em São José dos Campos
1...,77,78,79,80,81,82,83,84,85,86 88,89,90,91,92,93,94,95,96,97,...132
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