CONCRETO & Construções | 93
Termografia de infravermelho
na identificação e avaliação de
manifestações patológicas
em edifícios
ELTON BAUER – P
rofessor
-D
outor
ELIER PAVÓN – D
outorando
P
rograma
de
P
ós
-G
raduação
em
E
struturas
e
C
onstrução
C
ivil
, D
epartamento
de
E
ngenharia
C
ivil
e
A
mbiental
, U
niversidade
de
B
rasília
1. INTRODUÇÃO
C
ada vez mais é necessá-
rio empregar técnicas que
permitam conhecer, iden-
tificar e avaliar os materiais empre-
gados na construção civil. Quando é
necessário investigar tanto a questão
da durabilidade quanto dos estudos
das manifestações patológicas, faze-
mos uso de técnicas, muitas vezes
não destrutivas que nos permitem in-
ferir sobre causas, comportamentos e
anomalias, bem como identificar e ma-
pear regiões de danos nas estruturas
e nos demais sistemas dos edifícios
(alvenarias, revestimentos, impermea-
bilização, dentre outros).
Entre os métodos não destrutivos,
a termografia de infravermelho vem ao
encontro da necessidade de estudos
para estabelecer parâmetros e índices
que contribuam com a realização de
inspeções com diferentes finalidades,
de forma rápida e mais eficiente.
Com a inspeção termográfica é
possível localizar elementos estrutu-
rais, observar e delimitar fissuras e
regiões de umidade, identificar hetero-
geneidades superficiais, dentre outras
aplicações. A inspeção é feita coletan-
do-se imagens termográficas (distri-
buição das temperaturas sobre a su-
perfície dos elementos, por exemplo,
sobre a superfície da fachada), que
pode ser feita a distâncias significati-
vas (até 20 metros com equipamentos
usuais), e de forma instantânea. Ou
seja, a mensuração das temperaturas
na imagem (termograma) é feita sem
contato e em tempo real: o que ocorre
no objeto alvo é observado na câmera
termográfica [1] [2]. O conjunto de in-
formações fornecidas por esta aborda-
gem pode auxiliar na inspeção de edi-
fícios e no diagnóstico e mapeamento
de patologias, a partir da mensuração
e identificação das diferenças de tem-
peratura observadas na superfície dos
elementos e componentes do edifício
(o Delta-T é um dos critérios para iden-
tificar a existência de anomalias).
Embora essa técnica seja de uso
consagrado na engenharia, na cons-
trução civil brasileira ainda ela é pouco
empregada, principalmente pelos ele-
vados custos dos equipamentos. Para
aplicação no estudo da degradação e
das patologias dos elementos e ma-
teriais, ainda é necessário estabelecer
um conjunto importante de critérios e
padrões que permitam identificar as
anomalias com segurança. Todavia,
a técnica tem grande potencialidade,
principalmente com técnica para iden-
tificação de anomalias principalmente
pela agilidade e simplicidade na inspe-
ção, possuindo um leque significativo
de possíveis outras novas aplicações.
2. TERMOGRAFIA
INFRAVERMELHA
A termografia infravermelha em-
prega termovisores (câmeras infra-
vermelhas), que coletam e medem a
intensidade da radiação infravermelha
emitida pela superfície dos objetos e a
converte em sinais elétricos, os quais
através de softwares apropriados per-
mitem obter imagens térmicas [1]. Esta
técnica, com base na análise do cam-
po de temperaturas, permite identificar
u
inspeção e manutenção