86 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
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encontros e notícias |
CURSOS
strutu a m det lhes
Projeto de segmentos para
obras de túneis com tuneladora
utilizando concreto com fibras
1. INTRODUÇÃO
O
concreto reforçado com
fibras (CRF) aplicado
com finalidade estrutural,
substituindo parte ou a totalidade da
armadura passiva convencional, é um
material de uso crescente em várias
aplicações, como lajes e tubos de
concreto, por exemplo. Isto se deve
a razões tanto econômicas como téc-
nicas, o que foi intensificado por sua
inclusão no fib Model Code 2010 (FIB,
2013). Neste sentido, os segmentos
de concreto pré-fabricado para anéis
de revestimento de túneis executa-
dos com tuneladoras (TBM) são os
elementos que possivelmente foram
mais beneficiados pela possibilidade
de substituir parte ou a totalidade das
barras de aço.
Particularmente em nível de proje-
to, a idade do concreto t na qual ocor-
rem as fases transitórias de desmol-
dagem, giro, estocagem e transporte
(figura 1) é a crítica para se garantir
que as solicitações de esforços de
tração sejam inferiores à resistência
do material (f
ct,fl
). Nesse caso, apenas
se exige um reforço mínimo de fibras
para garantir o comportamento dúctil
(de la FUENTE et al., 2012; LIAO et
al., 2015a), no caso de ocorrer uma
eventual fissuração ou por algum efei-
to dinâmico associado ao manuseio,
estocagem e instalação. Na fase de
uso do túnel sob condições geotéc-
nicas padrões, os segmentos traba-
lham comprimidos, esforço para qual
o material trabalha de forma ótima e
com mínima possibilidade de fissura-
ção e, consequentemente, demanda
uma quantidade de armadura mínima.
A solução tradicional de armação
com barras de aço (figura 2) é associa-
da à necessidade de espaço e meios
auxiliares para a colocação das bar-
ras. Isto torna o processo de execu-
ção complicado e tende a aumentar
o custo da execução, especialmente
em centros urbanos, como São Paulo,
onde o aluguel de áreas de estocagem
é muito caro. Além disso, há sempre
a necessidade de cobrimento da ar-
madura por razões de durabilidade e
ALBERT DE LA FUENTE – P
rofessor
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Figura 1
(a) desmoldagem; (b) giro; (c) estocagem e (d) transporte
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b
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