Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 76

76 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
CRFA aplicada nas estruturas do VET,
os picos máximos de temperatura
atingiram 89°C. Altas temperaturas,
associadas às velocidades de aque-
cimento e resfriamento, influenciam o
comportamento do cimento em suas
fases de hidratação. Em decorrência
dos níveis de temperatura atingidos foi
motivo de preocupação os aspectos
de durabilidade do concreto, associa-
dos às fases de aquecimento e resfria-
mento do concreto.
Dentre os pontos de atenção, asso-
ciados às condições às quais o concre-
to é submetido, destaca-se a formação
de determinados compostos, como
a etringita tardia, também denomina-
da “etringita secundária”. A formação
de etringita (cristalina) tardia no interior
do concreto pode resultar na sua de-
terioração (expansão e fissuração) e,
consequentemente, comprometer a
durabilidade das estruturas. A literatura
recomenda como temperatura máxima
para o concreto o valor de 70°C. Este
limite está associado às velocidades de
aquecimento e resfriamento, notada-
mente em peças submetidas à cura tér-
mica, como os pré-moldados. Há que
se observar também que, para peças
pré-moldadas, o tempo recomendado
para a pré-pega, antes do aquecimento,
é entre 2 a 4 horas.
Com referência à normalização brasi-
leira, cita-se que que a NBR 9062/2017
(Projeto e execução de estruturas de
concreto pré-moldado), a partir de suas
primeiras versões (década de 80), esta-
belece para elementos submetidos à tra-
tamento térmico, temperatura máxima de
70°C; além da limitação dos gradientes
de aquecimento (20°C/h) e decréscimo
de temperatura no resfriamento (30°C/h).
Embora nas estruturas, em geral,
as condições para aquecimento e res-
friamento não sejam tão severas e rápi-
das, como no caso de pré-moldados,
é prudente que análises sejam feitas
previamente, tendo em vista que as
temperaturas elevadas podem propiciar
a formação de “etringita tardia”. O po-
tencial do cimento em resultar na forma-
ção de etringita tardia pode ser previa-
mente avaliado a partir de determinados
componentes químicos; porém, não se
limitando a essas verificações. Os parâ-
metros recomendados baseiam-se nos
coeficientes obtidos, através das rela-
ções molares abaixo indicadas, determi-
nadas a partir de elementos constituin-
tes da composição química do cimento.
a) SO
3
/Al
2
O
3
≤ 0,70 ou;
b) (SO
3
)² /Al
2
O
3
≤ 2,0.
Onde:
u
SO
3
teor de anidrido sulfúrico ou
trióxido de enxôfre.
u
Al
2
O
3
teor de trióxido de alumínio.
A partir dos resultados dos ensaios
realizados para controle das proprieda-
des do cimento utilizado na fabricação
dos concretos aplicados na UHESA,
foram determinados os coeficientes
médios, correspondentes às relações
molares estabelecidas como referência.
Os coeficientes obtidos consideram os
dados obtidos nos controles efetuados
na fábrica e obra.
u
SO
3
/Al
2
O
3
= 2,85 / 9,03 = 0,32 (da-
dos – controle fábrica) e 2,88 / 9,05 =
0,32 Dados – Controle Obra).
u
(SO
3
)² /Al
2
O
3
= (2,85)² / 9,03 = 0,90
(dados – controle fábrica) e (2,88)² /
9,05 = 0,92 (dados – controle obra).
Como se observa acima, os coefi-
cientes obtidos são inferiores aos limites
recomendados pela [PCA]: *
1
The Effect
of Secondary Ettringite Formation on
the Durability of Concrete –– A Litera-
ture Analysis
. Os teores de MgO, Na
2
O
u
Foto 16
Início de operação
u
Foto 17
Operação
u
Foto 18
Operação – laje de fundo
u
Foto 19
VET: faces hidráulicas – dezembro
2016
1...,66,67,68,69,70,71,72,73,74,75 77,78,79,80,81,82,83,84,85,86,...116
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