Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 70

70 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
bem como tenha maior capacidade
de carga pós-fissuração. Ou seja, há
aumento da ductibilidade e da resistên-
cia residual à tração do material [1].”
Enquanto a resistência à compres-
são é usada para o cálculo da resistência
dos componentes estruturais, a curva
tensão versus deformação é necessária
para avaliar a tenacidade do concreto,
importante característica para a ductili-
dade das estruturas. Com a adição de
fibras no concreto há aumento da te-
nacidade do material, ou seja, aumento
da capacidade de absorção de energia
até a ruptura, e o controle da fissuração
com o aumento da capacidade de de-
formação antes da plastificação (tanto
o mecanismo de abertura quanto a es-
pessura das fissuras são limitados) – [2].
Do ponto de vista térmico, destaca-
-se o significativo incremento da ca-
pacidade de deformação, resultando
em maiores gradientes térmicos (res-
friamentos após atingir a temperatura
máxima) suportados pelo concreto. A
previsão da capacidade de deforma-
ção, utilizada para análises do com-
portamento térmico do concreto, leva
em conta os parâmetros de resistência
à tração na flexão, módulo de elastici-
dade e coeficiente de fluência – [3]. No
caso do CRFA, esta propriedade é in-
fluenciada principalmente pelo aumento
da resistência à tração e características
de fluência. Os resultados dos ensaios
de caracterização das propriedades do
concreto aplicado no VET encontram-se
resumidos na referência – [4].
Salienta-se que a opção do empre-
go do concreto sem fibras exigiria con-
sumos de cimento muito mais elevados
do que o adotado para o CRFA (da or-
dem de 660 kg/m³ a 700 kg/m³), visan-
do o atendimento à resistência à tração
estabelecida. Tal consumo implicaria em
níveis de elevação de temperatura muito
elevados, agravando o comportamento
do concreto; ou seja, os gradientes tér-
micos decorrentes, por sua vez, resulta-
riam em intenso quadro de fissuração.
A adição das fibras metálicas possibi-
litou o incremento da resistência à tração,
atendendo ao projeto e, paralelamente, o
controle da fissuração térmica. As tensões
de tração geradas durante o resfriamento
do concreto (após atingir a temperatura
máxima) são suportadas ou minimizadas
pela adição das fibras. Somam-se a esses
ganhos de resistência à tração, os benefí-
cios da absorção de energia, decorrente
do impacto dos troncos.
Destaca-se que o projeto definitivo
do VET, executado com concreto de
elevada resistência à tração (utilizando
CRFA – bombeado com alto teor de
fibras), torna-se aplicação de particu-
lar importância, considerando a sua
concepção integrada ao projeto de
obras hidráulicas.
u
Figura 3
Corte esquemático – VET
(N.A. MÁX.
NORMAL)
70,00
73,00 m
68,00 m
TUBULAÇÃO PARA AERAÇÃO
41,00 m
76,00 m
CHUMBADORES
1...,60,61,62,63,64,65,66,67,68,69 71,72,73,74,75,76,77,78,79,80,...116
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