Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 69

CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 69
u
Figura 2
Arranjo geral: estruturas integrantes do empreendimento
4 Casas de Força distintas, tipo “Céu
Aberto”, com suas respectivas Áre-
as de Montagem totalizando 2.470 m
de comprimento na crista. A estrutura
de vertimento da UHE Santo Antônio é
composta por dois Vertedouros, sendo
o Principal, na margem esquerda, e o
Complementar, na margem direita, com
15 e 3 vãos de comportas, respectiva-
mente – Tipo Creager (soleira baixa) –
com capacidade de vazão total de até
84.000 m³/s, dimensionada para cheia
decamilenar.
As Figuras 1 e 2 apresentam a locali-
zação e o arranjo geral da obra.
A capacidade de geração representa
4%da energia hidroelétrica doBrasil e está
interligada ao Sistema Integrado Nacional
brasileiro, através de 2.500 km de linha de
transmissão, em corrente contínua.
2.1 Sistema de transposição
de troncos
O projeto do STT – Sistema de Trans-
posição de Troncos, integrante das es-
truturas da UHE Santo Antônio, deve-se
às características do Rio Madeira, que
apresenta significativo escoamento de
troncos, detritos e demais corpos flutu-
antes ao longo de seu curso em épocas
de cheias. A continuidade do transporte
dos materiais sólidos carreados, no cur-
so do rio, é exigência ambiental.
A concepção de projeto do STT con-
templa, também, o Sistema Interceptor
de Troncos (Log‑boom), implantado para
a proteção dos diversos grupos de gera-
ção e direcionamento dos troncos para
o Vertedouro Extravasor – VET. Os com-
ponentes mecânicos da estrutura do VET
compreendem, além da comporta radial
(soleira na Elevação 65,00 m), comportas
ensecadeiras localizadas a montante e
jusante. As Fotos 1 e 2 ilustram o direcio-
namento de troncos e detritos, transpor-
tados pelo rio Madeira, para o Extravasor.
2.1.1
S
uperfícies hidráulicas
escolha do
CRFA
A escolha do emprego do CRFA tem
como objetivo a proteção das superfí-
cies hidráulicas do VET e garantia de sua
integridade , considerando os efeitos re-
sultantes, principalmente, dos impactos
dos troncos de grande porte (diâmetros
superiores a 0,50 m) e, também, da car-
ga abrasiva. O adequado desempenho
do concreto de revestimento é impor-
tante para a durabilidade da estrutura,
considerando que, danos superficiais
causados pelos impactos, podem evo-
luir para processos erosivos.
A definição do teor de fibras a ser
adotado para adição ao concreto foi as-
sociada à necessidade de atendimento
às solicitações acima mencionadas,
com ênfase à resistência à tração do
concreto especificada (item 4), embora
estando implícitos os benefícios relati-
vos à melhoria de outras características
do concreto. Diferentes teores de fibras
foram avaliados experimentalmente,
sendo que, para atingir a resistência à
tração prevista, foi necessário elevar o
teor de fibras a 1% do volume do con-
creto (80 kg/m³).
Com relação ao CRFA, conceitu-
almente, destaca-se que “As fibras
agem como pontes de transferência
de tensão através das fissuras, pos-
sibilitando que o concreto apresente
maiores deformações na carga de pico,
FLUXO
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Foto 1
Troncos direcionados para o VET
u
Foto 2
Troncos direcionados para o VET
FLUXO
1...,59,60,61,62,63,64,65,66,67,68 70,71,72,73,74,75,76,77,78,79,...116
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