Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 78

78 | CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out– Dez • 2017
observa-se o aumento dos gradientes
térmicos admissíveis em função do teor
de fibras.
7. CONCLUSÕES
A eficiência dos métodos de produ-
ção e aplicação do CRFA resultou dos
estudos prévios à execução, garantindo
a adequação do material às condições
de aplicação e, simultaneamente, às exi-
gências de serviço.
Para o caso da estrutura do VET, a
economia como um todo está associa-
da à eliminação da blindagem e trilhos
inicialmente previstos no projeto, e ao
tipo tipo de concreto. Ou seja, qualquer
concreto para atingir a resistência à tra-
ção prevista (em substituição aos reves-
timentos), exigiria o emprego de dosa-
gem em categoria de alto desempenho,
o que exigiria também em aplicações
massivas cuidados especiais que con-
tribuiriam para a elevação dos custos.
Dentre esses, os cuidados na preven-
ção de provável quadro de intensa fissu-
ração. Embora as temperaturas na es-
trutura tenham atingido níveis elevados,
com a utilização do CRFA, os riscos de
fissuração foram controlados.
Visando a busca da viabilização do
emprego das fibras metálicas como
elemento contribuinte ao controle da
fissuração do concreto originada por
gradientes térmicos, é importante ava-
liar os índices de custos decorrentes
da adição desse material, considerando
somente o envolvimento (envelopamen-
to) das camadas de concretagens com
o CRFA, em espessuras variáveis (e.g.
entre 0,30 m e 0,20 m). Este envelopa-
mento consistiria na proteção das faces
periféricas (ao longo do perímetro das
camadas) e também das superfícies fi-
nais (última subcamada).
Desta forma, este procedimento
para proteção do concreto possibilita-
ria o controle da formação de fissuras.
Contribuiria, também, para o aumento
do tempo de exposição das cama-
das (fator fundamental para o controle
térmico) até sua cobertura, como no
caso, por exemplo, de circuitos hi-
dráulicos de geração. Conforme dados
obtidos, observa-se que às primeiras
idades, a resistência à tração na flexão
–– para o teor de 80 kg/m³ de fibras
–– é praticamente o dobro em relação
ao concreto sem fibras, contribuindo
sobremaneira ao exposto neste item.
Nestas etapas, as camadas ficam ex-
postas por períodos mais longos, em
função das diferentes atividades de
preparação (principalmente armaduras
e embutidos), para as concretagens
subsequentes, resultando em maiores
solicitações térmicas decorrentes do
resfriamento do concreto.
Embora a utilização do CRFA tenha
como um de seus objetivos principais,
reduzir a fragilidade e evitar a ruptura
brusca de elementos estruturais, há que
se destacar a sua excelente contribui-
ção para o controle da fissuração de
origem térmica.
8. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos enge-
nheiros Nelson Caproni Jr., Welson Cor-
rêa Pinto (Santo Antônio Energia S.A.) e
Antônio Sergio Barbin (Consórcio Santo
Antônio Civil), pela participação durante
a construção da UHESA e autorização à
divulgação deste artigo. Ao Eng. Wes-
ley Santana Gonçalves (Furnas Centrais
Elétricas S.A.), pelo desenvolvimento
dos estudos experimentais e controle
da aplicação do concreto.
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