Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 87

CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 87
proteção ao fogo (BAKHSHI e NASRI,
2014). Como a região do cobrimento
não possui reforço está sujeita a fissu-
ras e lascamentos com os consequen-
tes prejuízos estéticos e à durabilidade
que, geralmente, requerem reparos
com custos extras associados (figura
3). Essas situações também podem
ocorrer durante a fase de aplicação
de cargas pelos macacos da TBM
(figura 4) devido ao efeito de concen-
tração de cargas localizadas e aos
estados de tensão específicos produ-
zidos por esse esforço (BURGUERS
et al., 2007; LIAO et al., 2015b). Uma
alternativa atrativa para melhorar o
comportamento do concreto frente a
essas ações é o uso de fibras. Des-
te modo, se o consumo de fibra C
f
,
bem como seu tipo, são adequados,
é possível evitar os lascamentos e a
fissuração originada por efeito dinâ-
mico de impactos nas fases prévias à
colocação em obra. Por essas razões,
o uso do CRF foi viabilizado para de-
zenas de obras pelo mundo (LIAO et
al., 2015a) e no Brasil, como ocorreu
com as obras das linhas 4, 5 e 6 do
Metrô de São Paulo.
O projeto de um segmento de
CRF pode ser desenvolvido de duas
formas: (1) quando os esforços aos
quais a segmento está submetido não
conduzem à fissuração do elemento,
mesmo aquelas associadas à zona
de transmissão de carga dos maca-
cos, e somente se requer um reforço
mínimo para garantir o seu compor-
tamento dúctil, se pode adotar o uso
de fibras estruturais em um consu-
mo moderado e, consequentemente,
garantir as condições de segurança
de manuseio; e (2) um reforço híbri-
do que combine certa quantidade
de fibras em conjunto com os ver-
galhões posicionados como um re-
forço localizado nas zonas onde se
concentram as tensões produzidas
pelo empuxo dos macacos. Assim, o
objetivo deste trabalho é apresentar
como metodologias para projeto de
CRF vêm sendo empregadas no pro-
jeto de diversos túneis.
2. PROJETO DE SEGMENTOS
EM CRF BASEADO NO
CRITÉRIO DE DUCTILIDADE
2.1 Situações transitórias de carga
Em geral, as situações transitórias
u
Figura 2
(a) fases de estocagem e (b) colocação da armadura passiva convencional
a
b
u
Figura 3
(a) imagem do lascamento produzido durante a estocagem de segmentos
e (b) o reparo sendo realizado
a
b
u
Figura 4
(a) fissuras formadas durante o esforço provocado pelos macacos de
protensão e (b) consequentes infiltrações
a
b
1...,77,78,79,80,81,82,83,84,85,86 88,89,90,91,92,93,94,95,96,97,...116
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