CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 63
gem estrutural couberam ao Institu-
to de Pesquisas Tecnológicas de São
Paulo (IPT) e ao
Instituto Sperimentalle
Modelli e Strutures
(ISMES), de Berga-
mo, na Itália. Com base nesses estu-
dos o consórcio IECO-ELC apresentou
a Itaipu Binacional, entidade respon-
sável pela construção e operação da
usina, constituída em 1974 com igual
participação no seu capital por parte da
Eletrobras e da Ande, o projeto básico
do aproveitamento, fixando seu arranjo
geral e demais características, a potên-
cia instalada e o cronograma de exe-
cução. Este cronograma obedeceu à
diretriz do Tratado de Itaipu para que a
primeira unidade geradora entrasse em
serviço dentro do prazo de oito anos.
No decurso do ano de 1975 foram
tomadas providências para a distribui-
ção da elaboração do projeto executivo
de engenharia, dividido entre as empre-
sas selecionadas Engevix (vertedouro e
barragem direita), Hidroservice (barra-
gens de terra e obras para navegação),
Promon (barragem principal) e Themag
(casa de força), associadas ao con-
sórcio de empresas paraguaias Grupo
Consultor Alto Paraná. Ao todo foram
elaborados mais de 30 mil desenhos
relativos ao projeto executivo de enge-
nharia da usina de Itaipu.
A contratação e a execução das
obras civis foram agrupadas em duas
etapas, ficando a cargo do mesmo
consórcio brasileiro-paraguaio Unicon-
-Conempa, sendo as empresas pelo
lado brasileiro: Cetenco Engenharia,
Companhia Brasileira de Projetos e
Obras (CBPO), Andrade Gutierrez, Ca-
margo Correa e Mendes Junior.
Neste artigo apresenta-se acervo
fotográfico durante a execução da usi-
na, disponibilizado pelo Eng Rapiel Par-
sekian, Diretor de Produção da Obra à
época da construção.
PRIMEIRA ETAPA
DA CONSTRUÇÃO
As obras civis na usina hidrelétri-
ca de Itaipu foram iniciadas em 1975,
com a escavação em rocha do canal de
desvio do rio Paraná, com aproximada-
mente dois quilômetros de extensão,
150 metros de largura e 90 metros de
profundidade. Houve também remo-
ções de terra e rocha para a constru-
ção do vertedouro e da barragem la-
teral direita, totalizando a remoção de
mais de 60 milhões de metros cúbicos
de rochas e terra. Desse material re-
movido, aproximadamente 18 milhões
de metros cúbicos foram usados na
execução das barragens de terra e de
enrocamento laterais esquerda e dire-
ta, que também fizeram parte dessa
primeira etapa, junto com a execução
das ensecadeiras principais do canal
de desvio (Figura 2).
O início das obras no lado esquerdo
do canteiro no ano seguinte à constitui-
ção de Itaipu Binacional foi possível em
razão do relatório de viabilidade estar
praticamente concluído em meados de
1974 e das providências tomadas no
decurso deste ano. Dentre essas provi-
dências, duas podem ser destacadas:
u
Autorização dos consultores IECO-
-ELC para realizar os ensaios de la-
boratório e de campo e a preparar as
especificações técnicas para a pron-
ta realização da concorrência para as
obras da primeira etapa (importante
registrar que, depois de distribuído o
projeto executivo para o consórcio
Unicon-Conempa, a IECO-ELC ficou
encarregado da coordenação geral
do projeto);
u
Contratação do consórcio brasi-
leiro-paraguaio
Engerios/Logos
e Grupo Consultor Alto Paraná,
para projetar e executar as insta-
lações industriais e equipamentos
básicos do canteiro, que foram
adquiridos ainda em 1974 por
Itaipu Binacional, como centrais
de britagem e moagem de agre-
gados, centrais de refrigeração
de agregados e água, fábricas de
gelo, centrais de concreto, cen-
trais de moagem de clínquer e
u
Figura 2
Arranjo geral da obra
Fonte:
Adaptado de Itaipu Binacional: Principais Características Técnicas