Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 55

CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 55
existentes sobre a estática dos arcos
e das vigas, a estática dos empuxos
de solo, a resistência dos materiais e a
análise matemática da linha elástica
7
,
para fundamentar uma teoria especí-
fica às estruturas, analisadas, a partir
desses preceitos, como um sistema.
Com a consolidação da Revolu-
ção Industrial, no século XIX, a análise
estrutural ampliou seu espectro de
soluções por meio da elaboração da
teoria das treliças e dos métodos grá-
ficos de análise estática aplicados às
estruturas metálicas, permitindo, por
exemplo, a construção das coberturas
de estações ferroviárias e de grandes
pavilhões de exposições, com enor-
mes vãos livres que testemunhavam o
triunfo da engenharia estrutural em uma
época de deslumbramento com as no-
vas técnicas de construção e monta-
gem de arcos treliçados (Figura 3).
O que o desenvolvimento das for-
mulações teóricas para a análise es-
trutural, desenvolvidas a partir de Na-
vier, permitia, de fato, era a solução de
problemas
a priori
, baseando-se em
conceitos abstratos, o que significa
“um modo de assumir a universalidade,
transcendendo, portanto, o particular”
8
,
e, a partir de então, contrariando as
práticas empíricas vigentes.
Em sua publicação
Résumé des
Leçons
(Figura 4), Navier formulou não
somente métodos, problemas e obje-
tivos, mas também o que se tornaria
uma ciência, um ramo da Engenharia
orientada para o processo construtivo
9
,
pela formulação do sistema estrutural
como conceito.
Assim, a abstração teórica das
estruturas, iniciada pela analogia de
7
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.
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: B
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2008,
p
. 250.
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. 12.
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: B
erlin
, 2008,
p
. 291.
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Figura 3
Estação ferroviária de Saint Pancras,1868, Londres.
Fonte:
/
(Flickr Creative Commons)
Crédito:
J. Ward
u
Figura 4
Livro Résumé des Leçons, Navier, 1839
Fonte:
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