 
          CONCRETO & Construções  |  Ed. 94 |  Abr – Jun • 2019  |   69
        
        
          da sobrelaje e das cortinas, con-
        
        
          siderando numa primeira etapa o
        
        
          concreto lançado não resistente
        
        
          por estar no estado fresco (T4);
        
        
          na sequência procedeu-se à exe-
        
        
          cução da protensão dos cabos
        
        
          C6 (T5).
        
        
          u
        
        
          Por fim, foi avaliada a condição da
        
        
          obra após as perdas diferidas, iden-
        
        
          tificada com a nomenclatura T6.
        
        
          As seções foram verificadas para
        
        
          os Estados-Limite de Serviço de Des-
        
        
          compressão e de Formação de Fissu-
        
        
          ras, respectivamente para as combina-
        
        
          ções quase permanente e frequente,
        
        
          garantindo atendimento ao Nível 2 de
        
        
          protensão, conforme a ABNT NBR
        
        
          6118, e dimensionadas considerando-
        
        
          -se os Estados-Limites Últimos à Fle-
        
        
          xão e ao Cisalhamento.
        
        
          Conforme dados coletados na
        
        
          obra foi atribuída ao concreto existente
        
        
          resistência equivalente ao f
        
        
          ck
        
        
          = 20 MPa e,
        
        
          portanto, definidos os limites à compres-
        
        
          são (0,7 x 2.000 = 1.400  tf/m²) e à tração
        
        
          (1,20 x 0,21 x 20
        
        
          2/3
        
        
          x 100 = 186  tf/m²).
        
        
          As Figuras 5 e 6 mostram a evo-
        
        
          lução das tensões nas fibras superio-
        
        
          res e inferiores nas diferentes idades,
        
        
          onde se pode observar que apenas
        
        
          nas idades “T1” e “T2” há tensões de
        
        
          tração, sendo que a tensão de com-
        
        
          pressão se mantém sempre inferior
        
        
          a 820 tf/m², que representa cerca de
        
        
          60% da tensão limite.
        
        
          As Figuras 7 e 8 mostram as esti-
        
        
          mativas de tensão realizadas em pro-
        
        
          jeto para a situação de serviço após as
        
        
          perdas diferidas, observando-se que
        
        
          toda a seção se mantém comprimida
        
        
          em todas as situações, com tensões
        
        
          em valores bastante abaixo do limite.
        
        
          
            4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
          
        
        
          Muitas das Obras de Arte Especiais
        
        
          presentes nas malhas rodoviárias e
        
        
          ferroviárias brasileiras apresentam-se
        
        
          subdimensionadas, tanto em função
        
        
          da intensidade do tráfego como da
        
        
          magnitude das cargas que podem ser
        
        
          movimentadas pelos modernos veícu-
        
        
          los de transporte. Este fato, aliado à
        
        
          insuficiência de processos de manu-
        
        
          tenção observados pelos governos fe-
        
        
          deral, estaduais e municipais ao longo
        
        
          de muitos anos, exigirá cada vez mais
        
        
          operações de restauro e de reforço,
        
        
          nos quais os processos de protensão
        
        
          externa aqui considerados ganham
        
        
          bastante destaque.
        
        
          A despeito da acentuada melhora
        
        
          verificada na conservação das OAEs
        
        
          rodoviárias pelas empresas conces-
        
        
          sionárias nos últimos anos, há inúme-
        
        
          ras situações que requerem importan-
        
        
          tes e urgentes ações de manutenção
        
        
          corretiva ou preventiva, observando-
        
        
          -se ainda no Brasil muitas obras que
        
        
          u
        
        
          
            Figura 5
          
        
        
          Tensões nas fibras superiores (tf/m²) durante a fase construtiva
        
        
          
            Fonte:
          
        
        
          o autor
        
        
          (200)
        
        
          -
        
        
          200
        
        
          400
        
        
          600
        
        
          800
        
        
          Ap
        
        
          S1
        
        
          S2
        
        
          S3
        
        
          t0 t1 t2 t3
        
        
          t4 t5 t6
        
        
          u
        
        
          
            Figura 6
          
        
        
          Tensões nas fibras inferiores (tf/m²) durante a fase construtiva
        
        
          
            Fonte:
          
        
        
          o autor
        
        
          (200)
        
        
          -
        
        
          200
        
        
          400
        
        
          600
        
        
          800
        
        
          1.000
        
        
          Ap
        
        
          S1
        
        
          S2
        
        
          S3
        
        
          t0 t1 t2 t3
        
        
          t4 t5 t6