 
          66  |  CONCRETO & Construções  |  Ed. 94  |  Abr – Jun • 2019
        
        
          que a armadura não aderente; sua
        
        
          tensão de trabalho será proporcio-
        
        
          nal à sua deformação e dependerá
        
        
          da deformação de toda a viga;
        
        
          u
        
        
          A deformação da viga entre ancora-
        
        
          gens e desviadores não acompanha
        
        
          a deformação do cabo, em virtude
        
        
          de efeitos de segunda ordem;
        
        
          u
        
        
          Deve-se considerar no cabo de re-
        
        
          forço a tensão devida à protensão
        
        
          após perdas diferidas, acrescida da
        
        
          tensão oriunda do alongamento do
        
        
          cabo ocorrido devido à deformação
        
        
          do tabuleiro no Estado-Limite Último;
        
        
          u
        
        
          A tensão final nos cabos protendi-
        
        
          dos terá um valor compreendido
        
        
          entre o valor equivalente à previsão
        
        
          de cabos não aderentes e à estima-
        
        
          tiva considerando cabos aderentes.
        
        
          A diferença dos modelos se dá
        
        
          pela forma de calcular o acréscimo de
        
        
          tensão nos cabos ou barras proten-
        
        
          didas e de avaliar o Momento Fletor
        
        
          de Ruptura da viga reforçada. Neste
        
        
          aspecto verifica-se:
        
        
          u
        
        
          A Norma Britânica faz uma estimati-
        
        
          va da deformação adicional no cabo
        
        
          de protensão, considerando plastifi-
        
        
          cação do concreto em comprimento
        
        
          igual a dez vezes o valor da altura da
        
        
          linha neutra, indicando fórmula para
        
        
          este cálculo em função da relação
        
        
          do comprimento da viga dividida
        
        
          pela altura útil da protensão (L/d
        
        
          p
        
        
          );
        
        
          u
        
        
          Naaman e Alkhairi propuseram me-
        
        
          todologia com coeficiente de redu-
        
        
          ção das deformações para vigas
        
        
          biapoiadas devido à condição não
        
        
          aderente, variável conforme a fase
        
        
          analisada, à geometria do carrega-
        
        
          mento e do cabo, além da quanti-
        
        
          dade de desviadores (os autores
        
        
          indicam ainda a possibilidade de
        
        
          extrapolação para vigas contínu-
        
        
          as, considerando a deformação do
        
        
          cabo uniformemente distribuída);
        
        
          u
        
        
          Harajli propõe modelo baseado na
        
        
          compatibilidade de deformações,
        
        
          considerando a redução de altura útil
        
        
          em virtude da deformação da viga;
        
        
          u
        
        
          O ACI 318 indica que, quando a
        
        
          tensão no cabo for no mínimo 50%
        
        
          da tensão última, a armadura pode
        
        
          ser calculada por fórmula que varia
        
        
          conforme a taxa de armadura pro-
        
        
          tendida, observando-se ainda de-
        
        
          terminados critérios.
        
        
          Num excelente trabalho de mes-
        
        
          trado da USP de São Carlos em 2001,
        
        
          Tatiana Gesteira Martins de Almeida,
        
        
          orientada pelo professor João Bento
        
        
          de Hanai, descreve esses métodos de
        
        
          cálculo, comparando-os com o resulta-
        
        
          do de ensaios experimentais. Nele fo-
        
        
          ram comparadas as forças no cabo de
        
        
          protensão e o momento fletor atuante
        
        
          no momento da ruptura com os valores
        
        
          teoricamente previstos conforme os di-
        
        
          versos modelos.
        
        
          O Método de Forças Equivalentes
        
        
          indicou valores de força no cabo de
        
        
          protensão e de momento na ruptura da
        
        
          ordem de 30 a 40% inferiores ao obti-
        
        
          do nos ensaios, demonstrando ser um
        
        
          método relativamente antieconômico,
        
        
          mais em favor da segurança.
        
        
          A proposta contida na norma bri-
        
        
          tânica levou a estimativas da ordem
        
        
          de 10% acima da força atuando no
        
        
          cabo e 15% abaixo dos momentos
        
        
          fletores de ruptura, demonstrando o
        
        
          método, apesar da divergência dos
        
        
          resultados, aproximação relativamen-
        
        
          te boa com a realidade.
        
        
          Os modelos de Naaman e de Hara-
        
        
          jli estimaram valores da ordem de 20 a
        
        
          30% abaixo das forças resultantes nos
        
        
          cabos protendidos, contra a seguran-
        
        
          ça, portanto, e desvios desprezíveis
        
        
          para as estimativas dos momentos fle-
        
        
          tores resistentes, demonstrando tam-
        
        
          bém, apesar da divergência, boa apro-
        
        
          ximação com a realidade.
        
        
          Finalmente, o modelo do ACI apre-
        
        
          senta desvios convergentes de aproxi-
        
        
          madamente 15% a favor da seguran-
        
        
          ça, tanto para a estimativa das forças
        
        
          atuando nos cabos protendidos como
        
        
          para a previsão do momento fletor no
        
        
          momento da ruptura.
        
        
          A autora do trabalho entende os mo-
        
        
          delos de Naaman e Alkhairi de 1991 e
        
        
          u
        
        
          
            Figura 1
          
        
        
          Ponte sobre o rio Sete Voltas: seções da situação original
        
        
          
            Fonte:
          
        
        
          o autor