Revista Concreto & Construções - edição 94 - page 76

76 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
que haja evidência positiva para sugerir
sua aplicabilidade, esses critérios numéri-
cos não devem ser usados:
u
Se a carbonatação se estender ao ní-
vel do aço;
u
Para avaliar o concreto interno que
não tenha sido submetido a freqüen-
tes molhamentos;
u
Para comparar a atividade de corro-
são em concreto externo com umida-
de ou conteúdo de oxigênio altamen-
te variável, ou;
u
Para formular conclusões sobre
mudanças na atividade de corro-
são devido a reparos que alteraram
o conteúdo de umidade ou oxigê-
nio no nível do aço.
3.5
GPR – Ground
Penetrating Radar
O GPR (Fig.10) é um radar de pene-
tração que possibilita a visualização de
ondas de reflexão, interpretadas no pro-
cessamento como armação, tubulação,
imperfeições, dentre outras utilizações.
É um END complementar ao ensaio
de detecção magnética de armaduras,
já que ele possibilita a determinação da
localização de armaduras em camadas
mais profundas do concreto.
Antenas emissoras enviam os pul-
sos eletromagnéticos, que percorrem
o interior da estrutura. Nas regiões
com diferentes propriedades eletro-
magnéticas (propriedades dielétricas
dos materiais que compõem o concre-
to) são geradas reflexões. Assim, parte
das ondas emitidas retorna à superfí-
cie e as reflexões são então captura-
das por antenas receptoras enquanto
outra parte é propagada através do
material. A velocidade de propagação
dos pulsos e a intensidade das refle-
xões são funções das propriedades
dielétricas dos materiais.
Se a permissividade elétrica relativa
do material (constante física que des-
creve como um campo elétrico afeta e
é afetado por um meio) for conhecida
ou puder ser estimada, a profundida-
de das reflexões e, então, sua posição
pode ser determinada pelo tempo de
propagação. Assim, um perfil pode ser
construído plotando-se a amplitude
dos sinais recebidos como função do
tempo e posição. Deve-se, no entanto,
notar que a permissividade pode ser in-
fluenciada por diversos fatores, como a
temperatura do material e o teor de sais
no mesmo.
Na tabela 4 observa-se que os va-
lores da constante dielétrica variam de
4 a 20, dependendendo das condições
de umidade do concreto.
Com o auxílio do GPR é possível
identificar armaduras em diversas
camadas de profundidade. No Brasil
ainda é pouco comum, porém já exis-
tem trabalhos realizados em outros
países utilizando o GPR para identi-
ficação de falhas no concreto e au-
xílio ao tomógrafo para identificação
de falhas em injeção e corrosão em
cordoalhas protendidas.
3.6 Outros ensaios
Além dos ensaios já citados, diversos
outros métodos são utilizados para diag-
nosticar a “saúde” de uma estrutura de
concreto. Sendo alguns deles:
u
Profundidade de Carbonatação:
indica a intensidade do ataque do
dióxido de carbono (CO) em função
da profundidade atingida. A carbona-
tação é um dos mecanismos respon-
sável pela deterioração do concreto
armado e que gera uma redução da
alcalinidade do concreto;
u
Esclerometria:
no Brasil, é norma-
lizado pela ABNT NBR 7584:2013 e
segundo esta norma o ensaio escle-
rométrico é o “Método não destruti-
vo que mede a dureza superficial do
concreto, fornecendo elementos para
a avaliação da qualidade do concre-
to endurecido”. Este END deve ser
considerado como um método com-
plementar, não podendo substituir
outros métodos e deve ser emprega-
do para a averiguação da uniformida-
de da dureza superficial do concreto
e para comparação da qualidade de
peças de concreto;
u
PH – Potencial Hidrogeniônico:
ensaio que pode substituir ou com-
plementar o ensaio de profundida-
de de carbonatação. Através deste
ensaio é possível determinar de uma
maneira mais aproximada o valor do
PH do material;
u
Figura 9
Ensaio de potencial de corrosão
u
Figura 10
Ensaio GPR
1...,66,67,68,69,70,71,72,73,74,75 77,78,79,80,81,82,83,84,85,86,...100
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