84 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
quanto ao desplacamento e às man-
chas identificadas, sugere-se a im-
permeabilização de todo o elemento,
seguida de pintura protetiva refletiva
de cores claras, no intuito de evitar
infiltrações e superaquecimento;
u
Lajes:
há que realizar o tratamento
específico das armaduras corroídas,
bem como remoção do revestimen-
to para aplicação de produto im-
permeabilizante seguido de pintura
protetora. Ressalta-se, ainda, que o
reforço estrutural da laje lateral é ne-
cessário, ao passo que se nota si-
nais de esmagamento do concreto
nesse elemento. Quanto às fissuras
encontradas, sugere-se, também, a
limpeza e a colmatação;
u
Vigas:
faz-se necessária a recupe-
ração das fissuras observadas, pro-
vavelmente oriundas de esforços de
tração e flexão, bem como reforço
estrutural através de diversas meto-
dologias, como o reforço híbrido à
flexão de vigas “T” de concreto ar-
mado com compósitos de fibras de
carbono e fibras de vidro, conforme
proposto por Silva (2014);
u
Elementos de composição arqui-
tetônica:
sugere-se a remoção de
todo o revestimento afetado pelo
desplacamento e pela umidade, para
aplicação de produtos impermeabili-
zantes e reaplicação de pintura pro-
tetora, seguida da colocação de novo
revestimento, de igual padrão, dado o
tombamento do edifício em questão.
6. CONCLUSÕES
O objetivo do trabalho foi a avaliação
dos elementos estruturais do edifício do
Senado Federal quanto à durabilidade,
segurança, funcionalidade e estética, a
fim de quantificar o grau geral de dete-
rioração do edifício, representado pelo
grau de deterioração da estrutura (G
d
),
no intuito de proporcionar um progra-
ma de manutenção que culmine no
prolongamento da vida útil da edificação.
No trabalho realizado por Oliveira e
Junior (2017) sobre o edifício do Con-
gresso Nacional como um todo, utili-
zando a mesma metodologia, o Grau de
Deterioração encontrado foi igual a 72,0.
Os resultados não podem ser compara-
dos, no entanto, porque este estudo se
limita somente à estrutura do edifício do
Senado Federal e não engloba o edifício
da Câmara dos Deputados, que foi abor-
dado por Evangelista (2018), obtendo um
Grau de Deterioração da Estrutura igual a
32,4. Tanto no trabalho realizado por Oli-
veira e Junior (2017) quanto neste estu-
do, a classificação da estrutura avaliada
obteve um G
d
entre 50 e 80, o que indica
que se faz necessário definir um prazo de
inspeção especializada e planejar uma
intervenção no prazo máximo de 1 ano.
Conclui-se, por fim, que os objeti-
vos do estudo foram alcançados com
sucesso, de maneira que foi possível
caracterizar a estrutura, identificar as
manifestações patológicas existentes no
edifício, catalogando-as por meio de um
relatório fotográfico, e quantificar o grau
de deterioração da estrutura de acordo
com a metodologia GDE/UnB, indican-
do as origens dos problemas patológi-
cos encontrados, no intuito de propor
um programa de manutenção de longo
ou médio prazo, conforme apresentado
sucintamente no item 4.
[1] OLIVEIRA, A, J e JUNIOR, M, P, F. Avaliação da Situação Atual da Estrutura Física do Concreto e Suas Patologias na Área Externa do Edifício do Congresso Nacional
Utilizando o Método GDE/UnB (2015). Trabalho de Conclusão de Curso. Departamento de Engenharia Civil, Centro Universitário do Distrito Federal – UDF, 2017.
[2] CASTRO, E, K. Desenvolvimento de Metodologia para Manutenção de Estruturas de Concreto Armado. Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia Civil,
Universidade de Brasília, Brasília, 1994.
[3] DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL. Metodologia GDE/UnB, Classificação de Danos e Avaliação da Deterioração de Estruturas de Concreto.
Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
[4] VERLY, R, C. Avaliação de Metodologias de Inspeção Como Instrumento de Priorização de Intervenções em Obras de Arte Especiais. Departamento de Engenharia
Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília 2015.
[5] SILVA, J, R. Reforço Híbrido à Flexão de Vigas “T” de Concreto Armado com Compósitos de Fibras de Carbono e Fibras de Vidro. Departamento de Engenharia Civil
e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
u
Tabela 7 – Prazos para intervenção dos elementos estruturais da estrutura
do edifício do Senado Federal
Elementos
Gdf
Nível de
deterioração
Prazo para intervenção
Casca
22,0
Médio (15-50)
Manutenção corretiva
(médio prazo – 2 anos)
Lajes
78.8
Alto (50-80)
Manutenção corretiva
(médio prazo – 1 ano)
Vigas
60,4
Alto (50-80)
Manutenção corretiva
(médio prazo – 1 ano)
Elementos de composição
arquitetônica
37,1
Médio (15-50)
Manutenção corretiva
(médio prazo – 2 anos)