90 | CONCRETO & Construções | Ed. 94 | Abr – Jun • 2019
u
pesquisa e desenvolvimento
Aditivo cristalino para a
impermeabilização integral
por cristalização de estruturas
de concreto de pontes
1. INTRODUÇÃO
A
maior parte das 185 prin-
cipais pontes e viadutos
da cidade de São Paulo,
em concreto armado e protendido,
foi construída antes de 1984, apesar
que o histórico de pontes e viadutos
no Brasil e na própria cidade de São
Paulo é amplo e, ao longo dos anos,
se enriquece com as novas concep-
ções introduzidas permanentemente
pelos arquitetos e projetistas. Atual-
mente as tecnologias das pontes se
encontram bastante disseminadas,
desde as obras convencionais até as
pontes suspensas e as estaiadas com
sistema de aduelas ou balanços su-
cessivos, que dispensam escoramen-
tos e que vencem grandes vãos.
Apesar dessas modernidades, a
verdade é que nessas mais de três
décadas, segundo o que o Prof. Vi-
tor Aly, secretário da PMSP, decla-
rou nesta edição, praticamente não
houve manutenção dessas estruturas
antigas, nem sequer houve arquivo
adequado de projetos e intervenções
ocorridas, sendo que as ações se
concentraram apenas em ações de
limpeza superficial e pinturas, de or-
dem estética.
Em 1988, o trabalho apresentado
pelo engenheiro Catullo Magalhães
(Magalhães et al., 1989), junto com
outros engenheiros da Prefeitura do
Município de São Paulo, já denuncia-
va o estado deplorável das pontes e
viadutos da cidade de São Paulo. No
relatório citado, consta que das 145
pontes vistoriadas, 86 tinham infiltra-
ções nas juntas de dilatação (59,3%);
83 apresentavam vigas e lajes com in-
filtrações de água e/ou armaduras ex-
postas (57,2%); 11 com pilares com
armaduras expostas e/ou corroídas,
entre outras várias manifestações pa-
tológicas constatadas.
Uma das razões desse descaso,
por incrível que pareça, como revelou
o rompimento da ponte dos Remé-
dios ocorrido em 1997, passa pela
identificação da instância responsá-
vel pela manutenção dessas estrutu-
ras. Até o final dos anos 1970, a ponte
dos Remédios era de responsabilida-
de do Departamento de Estradas de
Rodagem (DER), de âmbito estadual.
Mas, na metade da década de 1980,
passou para a jurisdição da Prefeitura
Municipal de São Paulo. No período
do acidente, discutia-se qual órgão
era responsável pela sua inspeção
e manutenção.
A infiltração de água, a falta de es-
tanqueidade e problemas no sistema
de drenagem são as causas de gran-
de parte das manifestações patológi-
cas do concreto de pontes, colabo-
rando diretamente para a redução de
seu desempenho e durabilidade.
Para resolver problemas de infil-
tração de água, além dos sistemas
convencionais de impermeabilização,
hoje existem métodos e sistemas de
última geração, mais eficazes e menos
onerosos, que garantem proteção do
concreto contra a ação de agentes e
ambientes agressivos. Essa proteção
pode ser obtida por um mecanismo
de formação de cristais extras na mi-
croestrutura convencional do concre-
to, induzidos pela adição dos aditivos
cristalinos para aumentar a chamada
impermeabilização integral por cris-
talização, principalmente dos tabu-
leiros, mas também do concreto em
geral de fundações, infraestrutura e
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