 
          64  |  CONCRETO & Construções  |  Ed. 94  |  Abr – Jun • 2019
        
        
          carbono, aramida etc.), enquanto nos
        
        
          sistemas ativos são introduzidos esfor-
        
        
          ços naestruturaatravésda imposiçãode
        
        
          deformações normalmente induzidas
        
        
          por protensão externa.
        
        
          É importante salientar que em uma
        
        
          intervenção de reforço, independente-
        
        
          mente da técnica utilizada, as fissuras
        
        
          e demais manifestações patológicas
        
        
          devem ser sanadas previamente, no in-
        
        
          tuito de promover ancoragem na região
        
        
          sã da estrutura existente, garantindo
        
        
          adequada transferência de esforços e
        
        
          efetivo funcionamento do reforço.
        
        
          Para a elaboração de um projeto de
        
        
          reforço é importante compreender que
        
        
          a estrutura está previamente deforma-
        
        
          da e sob tensões iniciais, sendo que
        
        
          os sistemas de reforço constituirão ini-
        
        
          cialmente um carregamento adicional à
        
        
          obra e somente serão efetivos quando
        
        
          mobilizados (excetuando-se o caso de
        
        
          reforço ativo após deformações adicio-
        
        
          nais). Portanto, a solução adotada e a
        
        
          sequência de execução da obra interfe-
        
        
          rem diretamente na forma como a obra
        
        
          reforçada se comportará.
        
        
          A integridade, resistência e defor-
        
        
          mabilidade dos materiais integrantes da
        
        
          obra na época da execução do reforço
        
        
          deverão ser confirmadas por meio de
        
        
          ensaios semidestrutivos e não destruti-
        
        
          vos, buscando-se avaliar no projeto de
        
        
          reforço os efeitos das deformações im-
        
        
          postas (atividades para substituição de
        
        
          aparelhos de apoio, acomodações das
        
        
          fundações sob novos carregamentos,
        
        
          reação de apoio dos escoramentos etc.)
        
        
          e as cargas a serem efetivamente mo-
        
        
          bilizadas com a realização da protensão
        
        
          externa, objeto do presente artigo.
        
        
          
            2. O REFORÇO COM
          
        
        
          
            PROTENSÃO EXTERNA
          
        
        
          A diferenciação do reforço com pro-
        
        
          tensão externa em relação aos demais
        
        
          métodos é sua imediata atuação, ou
        
        
          seja, a estrutura pré-existente passa a
        
        
          trabalhar em conjunto com os elemen-
        
        
          tos de reforço assim que atuar o car-
        
        
          regamento, sem a necessidade de de-
        
        
          formações adicionais. Além do caráter
        
        
          ativo e do aumento da capacidade de
        
        
          carga, o reforço bem projetado e bem
        
        
          executado colabora para o aumento da
        
        
          rigidez do conjunto estrutural, redução
        
        
          da abertura de fissuras, das flechas e da
        
        
          vibração causada pelo tráfego, reduzin-
        
        
          do a solicitação à fadiga da obra de arte.
        
        
          Não obstante as qualidades des-
        
        
          critas anteriormente, este sistema de
        
        
          reforço promove pouco acréscimo
        
        
          de peso à estrutura, a menos quan-
        
        
          do é efetuado concomitantemente
        
        
          ao acréscimo de seção, sendo eficaz
        
        
          para reforços tanto à flexão quanto ao
        
        
          cisalhamento, que se dão pelo acrés-
        
        
          cimo da colaboração do concreto à
        
        
          tração e pela componente vertical em
        
        
          cabos poligonais.
        
        
          Outra vantagem do processo é que
        
        
          na grande maioria dos projetos a exe-
        
        
          cução da protensão externa pode ser
        
        
          realizada sem interferência com o trá-
        
        
          fego, representando grande vantagem
        
        
          para os usuários e a operação da rodo-
        
        
          via ou da ferrovia.
        
        
          Algumas características deste tipo
        
        
          de obra de reforço merecem maior
        
        
          atenção, como o risco de corrosão sob
        
        
          tensão, a exposição às intempéries, a
        
        
          impactos acidentais, a atos de vanda-
        
        
          lismo e à ação do fogo dos elementos
        
        
          externos de reforço, além da acentuada
        
        
          concentração de tensões nos pontos
        
        
          de aplicação da carga e nas posições
        
        
          dos desviadores. Além disso, pode
        
        
          ocorrer considerável alteração das ten-
        
        
          sões atuantes no elemento reforçado,
        
        
          inclusive com risco de inversão de es-
        
        
          forços, o que poderia até levar à ruína
        
        
          da estrutura.
        
        
          Para evitar ou minimizar os riscos
        
        
          apontados, o detalhamento deve pre-
        
        
          ver eficiente proteção das armaduras
        
        
          contra corrosão, por meio do emprego
        
        
          de cordoalhas engraxadas ou injeção
        
        
          de nata nas bainhas e previsão de raios
        
        
          de curvatura adequados nos desviado-
        
        
          res, além do próprio dimensionamento
        
        
          das seções de concreto com vistas à
        
        
          proteção mecânica e à proteção contra
        
        
          ação do fogo das armaduras ativas.
        
        
          O dimensionamento deve analisar
        
        
          cuidadosamente as diferentes solicita-
        
        
          ções e as consequentes tensões nas
        
        
          seções em todas as etapas da obra de
        
        
          reforço e durante a fase de uso, pre-
        
        
          vendo o comportamento mecânico dos
        
        
          elementos de bloco nas ancoragens e
        
        
          desviadores e avaliando o impacto na
        
        
          estabilidade da estrutura na eventual
        
        
          perda do reforço por ação de vandalis-
        
        
          mo, acidente ou ocorrência de incêndio.
        
        
          
            2.1 Técnicas de execução
          
        
        
          
            de protensão externa
          
        
        
          O projeto de reforço protendido
        
        
          pode ser concebido através de três
        
        
          técnicas distintas.
        
        
          A primeira forma de executar o re-
        
        
          forço é com a utilização de lâminas pré-
        
        
          -fabricadas de fibras de carbono, an-
        
        
          coradas na estrutura com dispositivos
        
        
          metálicos que realizam seu pré-alon-
        
        
          gamento. No caso de Obras de Arte
        
        
          Especiais, tal método é pouco utilizado,
        
        
          em virtude da pequena capacidade da
        
        
          lâmina (da ordem de 17 tf) quando se
        
        
          considera o reforço de uma estrutura
        
        
          de grande porte. Outro senão desta
        
        
          técnica é a sensibilidade das fibras de
        
        
          carbono aos raios UV.
        
        
          A segunda técnica a ser abordada é
        
        
          a execução de blocos de concreto ade-
        
        
          quadamente dispostos ao longo do ele-
        
        
          mento estrutural e que funcionam como