Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 51

CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019 | 51
equipamentos que coletavam dados re-
presentativos das tensões sofridas em
partes dos componentes diversos dos
veículos, simultaneamente, as superfí-
cies pelas quais os veículos trafegavam
eram mapeadas por escaneamento
3D. As imagens coletadas reproduziam
com exatidão as ondulações e varia-
ções superficiais das estradas. Os da-
dos de esforços e desgastes causados
nos veículos e as imagens mapeadas
foram compatibilizados e analisados
por simulações computacionais. Foram
50.000 quilômetros de estradas trafe-
gados em todo mundo, destes, 16.000
km no Brasil. A equipe converteu todo
este caminho percorrido, em 12 tre-
chos que variaram de 275 a 510 me-
tros de comprimento, sendo 7 trechos
retos, 3 trechos sinuosos e 2 trechos
circulares (Fig.1). A superfície teórica
obtida computacionalmente seria ca-
paz de reproduzir em um veículo que
trafegasse por ela os mesmos esforços
e danos sofridos ao longo de grandes
distâncias percorridas na etapa de cap-
tação de dados.
O modelo matemático teórico de
cada pista era composto de uma nu-
vem de pontos virtuais (arquivo exten-
são “
*.stl
”), organizados em diferentes
coordenadas do espaço. A interliga-
ção desses pontos forma microes-
truturas geométricas triangulares
(fractais), cujas diferentes posições e
inclinações resultam nas ondulações
e formas variáveis da superfície.
Na Figura 2, pode-se observar
uma parte da superfície virtual (mo-
delo matemático), um detalhe das mi-
croestruturas fractais e uma imagem
da superfície física resultante.
3. CONVERTENDO A
IMAGEM TEÓRICA EM
SUPERFÍCIE FÍSICA
A partir dos modelos matemáticos,
o desafio seria o de reproduzir, com
máxima precisão possível, a superfície
teórica calculada em uma superfície fí-
sica (pavimento) por onde o veículo pu-
desse trafegar. A solução sugerida por
um escritório alemão de engenharia e
projetos, responsável pela maioria dos
projetos de pistas automobilísticas ao
redor do mundo, foi a de utilizar o ma-
terial concreto como pavimento para
que a superfície reproduzisse o modelo
virtual. O concreto fresco aplicado em
uma fôrma, com o mesmo formato do
modelo matemático, resultaria na su-
perfície prevista virtualmente após a
cura. Somado a isso, as características
u
Figura 1
Modelo do campo de provas
u
Figura 2
Superfície do modelo matemático; aproximação e detalhes dos fractais; resultado físico
1...,41,42,43,44,45,46,47,48,49,50 52,53,54,55,56,57,58,59,60,61,...88
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