CONCRETO & Construções | 115
não considerando o GS, provavelmen-
te porque as estacas pranchas foram
executadas com cimento CP IV – 25 e
os modelos da influência do GS sobre
a difusão de cloretos foram realizados
com concretos executados com ci-
mento CP IV – 32.
Para um ponto situado a 40 m de
altura da Torre de telecomunicações
em ambiente marítimo (Fig. 7c), o erro
não considerando o GS foi de 106%,
diminuindo para 17% quando conside-
rado o GS.
Observa-se uma grande influência
do GS na difusão de cloretos no con-
creto, sendo, portanto, muito importan-
te a sua consideração nos modelos de
vida útil.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo utilizando métodos diferen-
tes, as pesquisas de GUIMARÃES e
HELENE (2007), CLIMENT et al. (2002)
e NIELSEN e GEIKER (2003) obtiveram
resultados muito próximos consideran-
do cimentos similares, sendo que, nas
duas últimas pesquisas foram utilizadas
as equações de Fick, considerando a
massa total que sofre difusão como
uma constante, enquanto na primeira
pesquisa, o valor do teor de cloretos na
superfície do concreto é que foi consi-
derado constante, devido aos métodos
de ensaios desenvolvidos.
Considerando os materiais e con-
cretos utilizados nesta pesquisa, o
cimento pozolânico apresentou co-
eficientes de difusão mais baixos em
relação aos cimentos ARI, mesmo
considerando a maior resistência do
Cimento ARI. O concreto executado
com cimento ARI com 10% de micros-
sílica foi que mais se aproximou em
desempenho do concreto executado
com cimento pozolânico de mesma
relação a/c.
Concretos de melhor qualidade
apresentam grau de saturação maior
em relação a concretos inferiores,
quando expostos a um mesmo am-
biente.
Concretos de melhor qualidade,
como os executados com cimento po-
zolânico, têm o coeficiente de difusão
significativamente reduzido entre 100%
e 90% de GS. Os piores, com cimen-
to ARI, podem ter seu coeficiente de
difusão diminuído significativamente
para valores de GS menores que 75%,
como o concreto H3.
Devido à influência do GS no coefi-
ciente de difusão do concreto, conside-
ra-se muito importante considerar este
fator nos modelos de vida útil.
u
Figura 9
Coeficiente de penetração de íons cloretos – K(mm.ano-1/2) – Ponto PS -
a) Medido aos 22 anos: obtido através da curva teórica por regressão;
b) Modelo: considerando o modelo com os fatores (fck – variação da
resistência; Cimento – tipo de cimento; T – variação da temperatura;
GS – variação do Grau de saturação; SE – posição da superfície exposta
em relação à superfície de concretagem); c) Não considerando SE e GS;
d) Não considerando somente GS (GUIMARÃES e RODRIGU ES, 2010)
K(mm.ano
-1/2
)
K/Kmedido
5,77
14,81
12,74
5,57
2,287
2,659
1,036
1,000
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
a
b
c
d
[01] GUIMARÃES, A.T.C.; HELENE, P.R.L. The moisture effect on the diffusion of chloride ion in hydrated cement paste. In: Marine Corrosion in Tropical Environments,
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