CONCRETO & Construções | 125
u
Figura 7
Correlação entre resistividade elétrica e a resistência à compressão
propriedade volumétrica do ma-
terial, que indica a capacidade de
transporte de cargas no concreto,
ou seja, relaciona-se com a inter-
conectividade entre os poros, en-
quanto a resistência à compressão
é influenciada por seus tamanhos
e volumes, não pela conexão entre
esses. Tal fato reforça a necessi-
dade da avaliação dos parâmetros
de durabilidade e não apenas do
controle de qualidade através da
resistência à compressão, pois a
resistência mecânica não garante a
durabilidade do concreto em condi-
ções de serviço.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nesta pesquisa, é
possível ressaltar que:
u
A presença de cloretos incorpo-
rados no concreto não influen-
ciou a resistência à compressão
do material;
u
A incorporação de 1% de clore-
tos em relação à massa de ci-
mento aumentou a resistividade
elétrica do concreto, comparada
com a do traço de referência,
que não tem adição de cloretos;
u
A partir de 2% de cloretos em re-
lação à massa de cimento, a RES
reduziu conforme o teor de clore-
tos incorporados aumentou;
u
Há um teor máximo de cloretos
que pode ser combinado ao ma-
terial cimentício e, se existem
cloretos no concreto acima desta
capacidade de combinação, os
íons cloretos ficam livres e afe-
tam a resistividade elétrica cau-
sando sua redução;
u
Existe correlação entre a resistivi-
dade elétrica superficial do concre-
to e a concentração de cloretos no
seu interior, com índice de regres-
são linear igual a 74%;
u
A correlação entre a resistividade
elétrica superficial do concreto e
resistência à compressão foi de
apenas 10%, reforçando a ne-
cessidade da avaliação da du-
rabilidade para controle de qua-
lidade do concreto armado, além
do clássico e simples controle da
resistência à compressão.
[01] BROMMFIELD, J. P. Corrosion of steel in concrete – Understanding, investigation and repair. E & FN SPON, Londres, 2007.
[02] CASCUDO, O. Controle da Corrosão de Armaduras em concreto: inspeções e técnicas eletroquímicas. 1ª Edição. Editora PINI. São Paulo. 1 v. 1997.
[03] GOWERS, K. R.; MILLARD, S. G. Measurement of concrete resistivity for assessment of corrosion severity of steel using wenner technique. ACI materials journal,
v. 96-M66, p. 536–541, 1999.
[04] LEOCINI, J. W. Estudos sobre resistividade elétrica superficial em concreto: análise e quantificação de parâmetros intervenientes nos ensaios. Tese (doutorado),
Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, 2011.
[05] INSTITUTO DE CIENCIAS DE LA CONSTRUCCIÓN EDUARDO TORROJA. Manual de inspección de obras dañadas por corrosión de armaduras. CSIC, Madrid,
Coordinación Carmen Andrade, 1989, 122 p.
[06] FIGUEIREDO, E. J. P. Avaliação do desempenho de revestimentos para proteção da armadura contra a corrosão através de técnicas eletroquímicas: contribuição
ao estudo de reparo de estruturas de concreto armado. (Tese de doutorado). EPUSP, São Paulo, 1994. 423p.
[07] MEDEIROS JR, R. A. Estudo da resistividade do concreto para proposta de modelagem de vida útil – corrosão de armaduras devido à penetração de cloretos.
Tese (Doutorado), Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São Paulo, 2013.
[08] MEDEIROS, M. H. F. Estudo de variáveis que influenciam nas medidas de resistividade de estruturas de concreto armado. Revista Engenharia Civil da Universidade
do Minho, v.12, Guimarães, 2001.
[09] WEE,T H. SURYAVANSHI,A K.TIN, S S. Evaluation of rapid chloride permeability test (RCPT) results for concrete containing mineral admixtures.ACI Mater, Journal,
v. 92, p. 221–231, 2000.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S