Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 124

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concreto é que haveria íons cloretos
não combinados que ficariam adsor-
vidos às camadas dos sais forma-
dos, também não contribuindo para
a elevação da condutividade elétrica
do sistema compósito de cimento
Portland (BROMMFIELD, 2007). En-
tretanto, a partir da adição de 2%
de cloretos, o sistema se saturaria
em relação à fixação de cloretos e
adsorção nas superfícies, além de
haver o esgotamento dos alumina-
tos disponíveis para formação do sal
de Friedel. Atingido esse ponto de
saturação, os cloretos adicionados
em excesso à mistura ficariam livres,
em suspensão na água dos poros e,
por serem íons e conduzirem eletri-
cidade, contribuiriam para redução
da resistividade elétrica do concre-
to. Além disso, todas as medições
de RES foram realizadas nos corpos
de prova saturados. Portanto, os re-
sultados encontrados são contrários
à teoria proposta por Brommfield
(2007) de que os íons cloreto redu-
zem a RES por serem higroscópicos
e aumentarem o teor de umidade do
concreto. Desse modo, existiu uma
influência dos íons cloretos e sua
condutividade inerente.
Com bases nos resultados obti-
dos neste estudo, é possível obser-
var que há correlação entre a resis-
tividade elétrica superficial e o teor
de cloretos incorporado ao concre-
to, indicando que à medida que a
porcentagem de cloreto aumenta,
a RES tende a diminuir. O índice
de regressão linear foi igual a 74%
(Figura 6).
Porém, comparando a RES com
a resistência à compressão, o índi-
ce de regressão linear (R²) foi igual a
0,1066, indicando que houve baixa
correlação entre os dois parâmetros
(Figura 7). Ou seja, para este estu-
do, é possível dizer que não houve
relação entre a resistência à com-
pressão e a resistividade elétrica do
concreto. Esse resultado era espe-
rado, já que a resistividade é uma
u
Tabela 4 – Comparação de múltiplas médias dos resultados de RES aos 63 dias
Comparação entre as médias de RES
Consideração final
y
REF
- y
1%
= 1,50 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
REF
- y
2%
= 0,12 < Ld = 0,45 Diferença não significativa entre as resistividades.
y
REF
- y
3%
= 2,20 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
REF
- y
4%
= 4,43 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
1%
- y
2%
= 1,62 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
1%
- y
3%
= 3,70 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
1%
- y
4%
= 5,93 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
2%
- y
3%
= 2,08 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
2%
- y
4%
= 4,31 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
y
3%
- y
4%
= 2,23 > Ld = 0,45 Diferença significativa entre as resistividades.
u
Tabela 3 – Análise de variância para resultados de RES aos 63 dias
Fonte de
variação
Soma dos
quadrados
(SQ)
Grau de
liberade
(GDL)
Médias
quadradas
(MQ)
Teste F
F tab
% de cloretos
509
4
127
239,0
2,5
Erro (residual)
61
115
1
Total
570
119
F
calculado
= 239,0 > F
tabelado
= 2,5
Efeito da porcentagem de cloretos significativo.
u
Figura 6
Correlação entre resistividade elétrica e teor de cloretos incorporado
ao concreto
1...,114,115,116,117,118,119,120,121,122,123 125,126,127,128,129,130,131,132
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