Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 120

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Influência do teor de cloretos
na resistividade elétrica do
concreto como parâmetro
de durabilidade
1. INTRODUÇÃO
A
s maiores densidades
demográficas brasileiras
(acima de 100 habitan-
tes/km²) ocorrem em torno dos ei-
xos intensamente urbanizados e nas
áreas litorâneas (IBGE, 2010). Isso
leva à urbanização e industrialização
de uma região onde há forte agres-
sividade às estruturas de concreto
(ABNT NBR 6118: 2014), tanto pelo
processo de carbonatação quan-
to pelo ataque por cloretos. Atual-
mente, a resistência à compressão
é utilizada como principal parâmetro
de controle de qualidade do concre-
to (ABNT NBR 1265: 2006). Porém,
nem sempre a avaliação da durabi-
lidade com base nos resultados de
resistência mecânica é adequada.
Neste contexto, surge a necessida-
de de avaliar e quantificar parâme-
tros relacionados diretamente com
a durabilidade do concreto armado.
O ensaio de Resistividade Elétri-
ca Superficial (RES) é não destruti-
vo e de fácil execução, que permite
contínuo monitoramento da qualida-
de do concreto, sem comprometer a
integridade física da estrutura (ME-
DEIROS JR
et al.
, 2014). A RES é
uma característica dos materiais em
geral, sendo o inverso da conduti-
vidade elétrica e indica a habilidade
de transporte de cargas elétricas no
material avaliado.
A medida é realizada através da
leitura de uma corrente elétrica gera-
da pela aplicação de uma diferença
de potencial entre eletrodos posi-
cionados sobre a superfície do con-
creto. Dentre os métodos de ensaio
existentes, destaca-se o de Wenner
ou dos quatro eletrodos. Original-
mente era utilizado para solos e mais
tarde foi adaptado para uso no con-
creto. O ensaio consiste em colocar
quatro eletrodos em contato direto
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pesquisa e desenvolvimento
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Figura 1
Esquema do ensaio de quatro pontos para medir resistividade
(Adaptado de MEDEIROS, 2001)
1...,110,111,112,113,114,115,116,117,118,119 121,122,123,124,125,126,127,128,129,130,...132
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