Revista Concreto & Construções - edição 79 - page 123

CONCRETO & Construções | 123
padrões propostos pela ABNT NBR
12655 (2006), os concretos utiliza-
dos puderam ser classificados como
C30, segundo a ABNT NBR 8953
(2009). Observando os resultados
de resistência à compressão aos 63
dias, pode-se dizer que houve um
acréscimo de até 10% em relação
aos resultados de 28 dias (Figura 4).
Comparando as resistividades
elétricas superficiais obtidas para as
amostras em estudo com os limites
prescritos pelo Boletim 192 do CEB
(1989) (Tabela 1), é possível obser-
var que os concretos com 0, 1 e 2%
de cloretos em relação à massa de
cimento se encontram na faixa de
baixo risco de corrosão, enquanto a
dosagem com 4% está no intervalo
de alto risco. O traço referente aos
3% de cloretos encontra-se no limite
entre alto e baixo risco de corrosão
(Figura 5). Apesar de alguns teores
de cloreto terem se apresentado com
igual risco de corrosão, uma análise
de variância (ANOVA), com 95% de
confiabilidade permitiu concluir que
houve sim influência nos resultados
de RES pela adição de cloretos ao
concreto fresco (Tabela 3).
Também é possível observar na
Figura 5 que, ao se acrescentar 1%
de cloretos à massa de cimento,
a RES aumentou 12% em relação
ao traço de referência. Porém, ao
se acrescentar 2%, a resistivida-
de diminui a um valor equivalente
ao traço sem adição de cloretos,
conforme indica a Comparação de
Múltiplas Médias (Tabela 4). Para a
quantias de 3 e 4% de cloretos, as
resistividades elétricas superficiais
continuam se reduzindo, sendo 18 e
37% inferiores às RES obtidas para
o concreto de referência, respecti-
vamente. Se comparadas ao melhor
resultado de RES (teor de cloretos
igual a 1%), o traço de 3% apresen-
tou resistividade 27% inferior e o
4% foi 44% menor. Ou seja, ao se
adicionar 1% de cloretos em relação
à massa de cimento, a resistividade
elétrica superficial melhorou, entre-
tanto, a partir de 3% de adição, a
RES passou a se reduzir relação à
série de referência.
O fato de a resistividade elétrica
ter aumentado com a incorporação
de 1% de cloretos ao se comparar
com o traço de referência pode ter
ocorrido devido à formação de sal
de Friedel, que tende a se depositar
nos grandes poros (>60mm), redu-
zindo-os e os tornando descontínu-
os e mais tortuosos, como também
defendem Wee et al. (2000). Além
disso, a formação de sal de Friedel
consiste em um processo de fixação
dos cloretos, ou seja, uma reação
do Cl
-
com os aluminatos da pasta,
não os deixando livres para ficarem
na forma de íons dispersos na água
de poro do concreto.
Outro efeito dos cloretos no
u
Figura 4
Resultados de resistência à compressão dos traços moldados
u
Figura 5
Resultados de resistividade elétrica aos 63 dias
1...,113,114,115,116,117,118,119,120,121,122 124,125,126,127,128,129,130,131,132
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