CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018 | 75
acelerações produzidas a partir de
cada sub-região são computadas
em um ponto de referência, consi-
derando a distância entre eles. As
distribuições probabilísticas de ace-
lerações são obtidas a partir de um
simples processo de soma.
Procedendo-se desta forma para as
diversas frequências definidas na for-
mulação de Toro, é possível traçar os
espectros com igual probabilidade de
excedência para as várias frequências.
As Figuras 5 e 6 reproduzem al-
guns resultados obtidos por San-
tos
et. al
(2010) para o Ceará. A
Figura 5 reproduz a correspondên-
cia entre acelerações horizontais
e períodos de recorrência T
M
para
alguns períodos do espectro, in-
clusive para o PGA (
Peak Ground
Acceleration
), aceleração máxima do
solo. A Figura 6 apresenta os espec-
tros de projeto para os períodos de
recorrência de 475 anos, 2475 anos
e 2/3 dos valores do de 2475 anos,
períodos estes a serem justificados
mais tarde no artigo, confrontados
com o espectro de projeto definido
pela ABNT NBR 15421.
Fica constatado que o espectro
da ABNT NBR 15421 é conservador
em relação aos correspondentes pe-
ríodos de recorrência de 475 anos e
2/3 dos valores do de 2475 anos
5. NOVOS ESTUDOS
SISMOLÓGICOS
Após a promulgação da ABNT
NBR 15421, novos estudos estão
sendo elaborados por renomadas
instituições de pesquisa do Bra-
sil, como o Instituto de Astronomia,
Geofísica e Ciências Atmosféricas
(IAG-USP) e o Observatório Sis-
mológico da Universidade de Bra-
sília (OBSIS). Esses estudos ainda
não foram totalmente finalizados.
Novos estudos também são feitos no
exterior, como exemplo, os de Peter-
sen
et al.
(2018), que apresentaram
o mapa de risco sísmico para a Amé-
rica do Sul reproduzido na Figura 7.
Apesar deste mapa considerar o pe-
ríodo de recorrência de 2475 anos,
superior ao da ABNT NBR 15421,
são indicadas algumas regiões cen-
trais no Brasil onde o risco sísmico
não poderia ser desprezado. Assim,
estas regiões deverão receber uma
nova análise.
Neste artigo, será resumida a
análise desenvolvida por Silva (2018)
para a região Sudeste, considerada
como a mais crítica do Brasil, por
ser a mais populosa e desenvolvi-
da, tendo em vista os resultados
já conhecidos. Serão usados os
dados apresentados por Dourado
(2013). As Figuras 8 e 9 mostram as
u
Figura 8
Mapa de registro de terremotos
na Região Sudeste – Zona
Terrestre (Dourado, 2013)
u
Figura 9
Mapa de registro de terremotos
na Região Sudeste – Zona
Marítima (Dourado, 2013)
u
Figura 10
Discretização da área de estudo
da Região Sudeste
u
Figura 11
Acelerações horizontais para
frequência de 10 Hz, para
período de recorrência de
475 anos (Dourado, 2013)