72 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
u
pesquisa e desenvolvimento
Base sismológica para
a zonificação sísmica
da ABNT NBR 15421
1. INTRODUÇÃO
O
território brasileiro apre-
senta baixa sismicidade,
típica de uma região sís-
mica intra-placas. Um estudo com-
pleto da sismicidade brasileira não foi
ainda totalmente concluído. O Instituto
GFZ-Potsdam apresentou um estudo
de sismicidade em escala mundial
em seu
Global Seismic Hazard Map
(1999), que ainda é referência para
a sismicidade em diversas regiões
do globo. Este estudo confirma que
nosso território apresenta baixa sis-
micidade, com acelerações horizon-
tais nominais, para um período de
retorno de 475 anos e solo rígido,
geralmente inferiores a 0,4 m/s
2
.
Duas regiões brasileiras são ex-
ceções notáveis, com sismicidade
não desprezível: parte do Nordeste
Brasileiro, devido à proximidade com
a crista do Atlântico Sul, e parte da
Amazônia Ocidental, devido à proxi-
midade com a borda da placa tectô-
nica de Nazca.
Até 2006, o Brasil era um dos
poucos países sul-americanos sem
uma norma de projeto sísmico. Nes-
se ano, foi promulgada a ABNT NBR
15421 – Projeto de estruturas resis-
tentes a sismos (ABNT, 2006). Consi-
derados os estudos do GFZ-Potsdam
(1999) e os outros aqui descritos, a
zonificação sísmica apresentada na
ABNT NBR 15421 foi definida. Esta
zonificação é apresentada na Figura
1, onde as zonas sísmicas e respec-
tivos valores característicos de acele-
ração a
g
são definidos. Esses valores
SERGIO HAMPSHIRE C. SANTOS – P
rofessor
T
itular
SILVIO DE SOUZA LIMA – P
rofessor
T
itular
E
scola
P
olitécnica
da
U
niversidade
F
ederal
do
R
io
de
J
aneiro
u
Figura 1
Mapeamento da aceleração sísmica horizontal característica no Brasil para
terrenos de classe B