82 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
localização dos epicentros e as profundi-
dades dos focos.
Um trabalho conjunto vem sendo
feito pela comunidade sismológica do
Brasil, envolvendo USP, UnB, UNESP,
ON, UFRN, IPT e PUC-RJ, para atuali-
zar o mapa de sismicidade brasileira. Os
pesquisadores do IAG/USP, analisando
os dados da Rede Sismográfica Brasilei-
ra e a localização das falhas tectônicas,
divulgaram recentemente o estudo para
publicação do novo mapa sismológico
brasileiro, incluindo novas regiões onde
os tremores de terra podem ser mais fre-
quentes. No novo mapa de sismicidade,
além da confirmação da sismicidade dos
estados do Ceará e Rio Grande do Nor-
te, foram inseridas como regiões de ativi-
dades sísmicas importantes regiões que
não constamna ABNT NBR 15421:2006,
como a região do Pantanal, região central
de Goiás, região sul de Minas Gerais, re-
gião nordeste do estado de São Paulo
e parte da Amazônia. Este mapa ainda
passará por estudos conclusivos, princi-
palmente no que se refere aos possíveis
efeitos da sismicidade Andina exposta no
mapa GSHM [11].
Na proposta do novo mapa, regiões
dos estados da Paraíba, Pará, Amazo-
nas, Mato Grosso do Sul, Tocantins,
Minas Gerais, São Paulo e Paraná pas-
sariam a apresentar acelerações sísmi-
cas horizontais características de 0,04g
a 0,08g. Regiões dos estados do Ceará,
Pernambuco, Mato Grosso e Goiás pas-
sariam a apresentar acelerações varian-
do de 0,04g a 0,16g, situações que, de-
pendendo da fragilidade das edificações,
podem causar consideráveis danos.
No estado do Rio Grande do Norte são
apresentadas regiões com acelerações
variando de 0,08g a 0,24g [11].
A ABNT NBR 15421:2006, embo-
ra faça referência a diferentes níveis de
detalhamento para determinação de
coeficientes que interferem nas ações
sísmicas, como o coeficiente de modifi-
cação de resposta R, não faz nenhuma
recomendação quanto aos níveis de
detalhamento. Mesmo assim, segundo
respostas do questionário, 74,51% dos
projetistas que consideram as ações
sísmicas em seus projetos estruturais
afirmaram adotar cuidados específicos
no detalhamento. Esses cuidados são
baseados em normas estrangeiras, uma
vez que nenhuma norma brasileira abor-
da detalhamentos sísmicos específicos.
Na elaboração do questionário foram se-
lecionados, para efeito de consulta, 4 cui-
dados específicos. A Tabela 4 apresenta
o resultado da pesquisa e as normas
usadas como referência pelos projetistas.
A norma sísmica mais referencia-
da sobre detalhamento foi o ACI-318,
u
Tabela 4 – Cuidados adicionais e normas de referência
Norma usada como referência
Eurocódigo 8
(Europeia)
ACI-318
(Americana)
NCh 433
(Chilena)
NEC-11
(Equatoriana)
E.030
(Peruana)
Outra norma
sísmica
Cuidados adicionais na posição
e comprimento dos traspasses
36,67%
46,67%
6,67%
0,00%
3,33%
6,67%
Cuidados adicionais na forma
e comprimento das ancoragens
39,29%
50,00%
0,00%
0,00%
3,57%
7,14%
Adoção de concentração de estribos
para confinamento do concreto
34,62%
50,00%
7,69%
0,00%
0,00%
7,69%
Cuidados adicionais nos nós
da estrutura (viga x pilar)
40,00%
40,00%
4,00%
4,00%
4,00%
8,00%
u
Figura 4
Normas sísmicas estrangeiras usadas como referência para detalhamentos