Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 52

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u
60º CBC
C
om a maior aplica-
ção de concretos com
maiores resistências à com-
pressão no país e de concretos
especiais (autoadensável, com
fibras, alto desempenho, etc.),
alguns profissionais do setor de
construção têm perguntando se
é possível entregara esses con-
cretos na obra com a qualidade
necessária. A principal questão
levantada é: caminhões beto-
neira, adequados para fazer a
mistura dos materiais constituin-
tes do concreto convencional,
podem entregar uma mistura
homogênea e uniforme de concretos especiais?
Essa questão é relevante quando se constata que de fato
no Brasil a maior parte do concreto distribuído por concre-
teiras, que perfaz apenas 17% da produção nacional, pro-
vém de centrais dosadoras, modelo de produção no qual
os materiais constituintes do concreto são proporcionados
dentro do caminhão betoneira, que realiza a mistura desses
constituintes enquanto faz o transporte do concreto. Em con-
trapartida, na Europa e nos Estados Unidos, a produção do
concreto industrializado, que perfaz 80% e 70% da produ-
ção, respectivamente, é dividida entre centrais dosadoras e
centrais misturadoras, sendo que nessas últimas a mistura
dos materiais constituintes do concreto é feita no misturador,
uma máquina dotada de eixos, pás e motor elétrico de alta
rotação. Na visão dos profissionais que têm questionado a
qualidade dos concretos produzidos no país, o misturador,
por ter maior velocidade de rotação, conseguiria produzir
misturas convencionais e de alta resistência mais homogê-
neas e, consequentemente, com maior qualidade técnica.
O tema é polêmico e, para enfrentá-lo, o IBRACON promo-
veu a Mesa-Redonda “Centrais Dosadoras x Centrais Mistu-
radoras” no seu fórum nacional de debates sobre o concreto,
o 60º Congresso Brasileiro do Concreto, realizado em Foz do
Iguaçu, de 17 a 21 de setembro. A Mesa-Redonda foi coor-
denada pelos professores da Universidade do Rio dos Sinos
(Unisinos), Bernardo Fonseca Tutikian e Maira Janaína Ott, e
dedicada à memória do Eng. Arcindo Vaquero y Mayor, recen-
temente falecido e que seria um dos palestrantes no evento.
As centrais misturadoras foram apontadas como tendo
algumas vantagens sobre as centrais dosadoras. Segundo
Qualidade do concreto
de centrais dosadoras e
misturadoras foi debatida
em mesa-redonda
Palestra do Prof. Paulo Helene é assistida pelo público presente na Mesa-Redonda
e pelos coordenadores Prof. Bernardo Tutikian e Profª Maira Ott (mesa)
FÁBIO LUÍS PEDROSO
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