CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018 | 55
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ensaios realizados, a superioridade da solução com o concreto
especial. Este foi capaz de reduzir em 90% a penetração interna
máxima de água, em mais de 50% a ascensão capilar de água e
em 150% a absorção de água na estrutura executada.
SEGURANÇA NO CANTEIRO
Com o lema de que o trabalho em condições seguras é
mais produtivo, o coordenador do Seminário e do vice-presi-
dente de Tecnologia e Qualidade do Sindicato da Construção
de São Paulo (Sinduscon-SP), entidade promotora do Semi-
nário juntamente com o IBRACON, o Eng. Jorge Batlouni, di-
retor da Tecnum Construtora, apresentou exemplos práticos
para a redução de acidentes no canteiro de obras. Dentre es-
ses, incluem-se o uso de passarelas de acesso, linhas de vida,
bandejas primárias e secundárias de proteção, proteção das
pontas das barras de aço, redes no sistema SLQA (Sistemas
Limitadores para Queda em Altura), telas, sistemas de escora-
mento, organização e limpeza do canteiro, entre outros.
Ele também apresentou e explicou alguns dos artigos da
Norma Regulamentadora NR 18, que regula as condições e
o meio ambiente do trabalho na construção civil. Entre outras
coisas, a NR 18 obriga que em todo perímetro da construção
de edifícios seja instalada plataforma principal de proteção na
altura da primeira laje acima do térreo e que, partir desta, sejam
instaladas plataformas secundárias, em balanço, de três em três
lajes. “Além disso, é obrigatória, na periferia da edificação, a ins-
talação de proteção contra queda de trabalhadores e contra a
projeção de materiais, a partir do início dos serviços de concre-
tagem da primeira laje”, adicionou o Eng. Batlouni.
O palestrante também comentou sobre o uso da linha de
vida, cabo de aço ou corda, horizontal ou vertical, que conecta o
mosquetão do cinturão de segurança do profissional que trabalha
em altura. Esse assunto foi tema de uma publicação da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção.
CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO DA OBRA
DO LABORATÓRIO DE GERAÇÃO NUCLEOELÉTRICA
DAMARINHA DO BRASIL
Obra exemplar do ponto de vista da segurança, a execu-
ção de algumas das estruturas do Laboratório de Geração Nu-
cleoelétrica da Marinha do Brasil (Labgene), conjunto de pré-
dios onde está sendo desenvolvido o projeto de construção do
primeiro submarino nuclear brasileiro, foi tema da palestra do
Eng. Carlos Roberto Gomes do Amaral, do Centro Industrial
Nuclear de Aramar, em Iperó, em São Paulo.
O Eng. Amaral detalhou os procedimentos de execução das
estruturas de concreto armado dos prédios auxiliares, do com-
bustível, do reator, da subestação e da chaminé de exaustão,
com vistas a assegurar a segurança nuclear, conjunto de me-
didas técnicas incluídas no projeto, construção, manutenção e
operação de uma instalação nuclear, visando evitar a ocorrência
de acidente ou de minimizar suas consequências.
Ele apresentou os estudos de traços do concreto e os
relatórios de ensaios de seus insumos, realizados juntos às
concreteiras fornecedoras da obra por empresa especializada,
para atender às condições de projeto. A execução deve con-
templar solução para as altas taxas de armadura (de até 270
kg/m
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), as características específicas do concreto (valores de
resistência característica à compressão de 30 MPa e 50 MPa,
para concretos autoadensáveis de classe IV de agressividade),
a minimização da fissuração e a complexidade das etapas de
concretagem (que envolveram volumes que variaram de 900 a
2600 metros cúbicos). Em razão disso, foram monitoradas as
temperaturas das concretagens da fundação do prédio auxi-
liar, para que as essas não ultrapassassem os 40°C. “Quando
a tensão solicitante atingiu 0,8 vezes a tensão resistente, to-
mamos o cuidado para que a armação horizontal no sentido
transversal fosse no mínimo 9,5cm
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/m”, explicou Amaral em
relação aos cuidados tomados na fase de execução.
O resultado dos ensaios de controle das concretagens indica
resistências médias à compressão acima das resistências caracte-
rísticas, com pequenos desvios-padrão (entre 3 MPa e 5,2 MPa).
Com o Seminário, IBRACON e Sinduscon puderam con-
tribuir para disseminar as melhores práticas na execução de
estruturas de concreto no país.
Eng. Jorge Batlouni sendo assistido por participantes do Seminário