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60º CBC
Seminário orientou
profissionais quanto às
boas práticas construtivas
A
qualidade das obras de concreto é aferida pelo atendi-
mento aos requisitos de segurança, desempenho em
serviço e durabilidade. No entanto, atualmente não é raro se ver
obras recém-entregues com patologias, como fissuras, umidade,
corrosão, entre outras, que podem afetar sua segurança, desem-
penho e vida útil. Em diversas vezes, esses problemas poderiam
ter sido evitados se todas as medidas necessárias na execução
tivessem sido tomadas pelo engenheiro responsável pela obra.
Para abordar os problemas mais frequentes e os cuidados
a serem tomados para evitá-los, durante a execução das es-
truturas de concreto, foi realizado no 60º Congresso Brasileiro
do Concreto, maior evento técnico-científico nacional sobre o
concreto, que reuniu os profissionais do setor construtivo e
os estudantes de engenharia civil, arquitetura e tecnologia, de
17 a 21 de setembro, em Foz do Iguaçu, o Seminário “Boas
Práticas na Execução das Estruturas de Concreto”.
Tão importante quanto o projeto executivo completo e bem
formulado, que indicará aos responsáveis pela execução da
obra o que deve ser feito, é o planejamento e o projeto de pro-
dução da obra, que visam garantir a execução mais racional,
econômica e segura do projeto executivo. Este foi o recado dei-
xado pelo Eng. Ércio Thomaz aos mais de 100 participantes,
que lotaram a sala do Centro de Convenções onde ocorreu o
Seminário. Segundo ele, esse planejamento deve prever o tipo
de fornecimento do concreto, do sistema de fôrmas e cimbra-
mentos e das armaduras para a obra, bem como a forma de
transporte, lançamento, adensamento, acabamento e processo
de cura desse concreto, entre outras providências.
Thomaz detalhou cada etapa da execução da estrutura de
concreto. Lembrou que na montagem das fôrmas é importante
se certificar de seu alinhamento, nivelamento e estanqueida-
de. Na montagem das armaduras, atenção deve ser dada às
emendas das barras e aos espaçadores. Na concretagem, é
obrigatório assegurar os cobrimentos mínimos das armaduras
(definidos por norma e especificados em projeto!), fazer o con-
trole dos lotes do concreto na estrutura de forma a permitir ras-
treamento, bem como a moldagem de corpos de prova para os
ensaios de resistência à compressão e módulo de elasticidade
de cada lote. Após a concretagem, a cura é obrigatória por cin-
co dias. “As fissuras em lajes e pavimentos podem ter origem no
uso inadequado do sistema de fôrmas e escoramentos, como
sua retirada antes do prazo definido por norma. Já as corrosões
de armadura em peças de fachadas podem ser resultado de
problemas na montagem das armaduras, como, por exemplo,
o estribo estar encostado nas fôrmas”, alertou Ercio.
Problemas com umidade e infiltrações podem ser decorren-
tes de escolhas inadequadas do sistema de impermeabilização
e também da especificação inadequada do concreto. Foi o que
mostrou a engenheira da Votorantim Cimentos/Engemix, Luana
Scheifer. Apresentando um estudo de caso de execução de cor-
tina de contenção de subsolo para uma obra emSão Paulo, onde
foram usadas simultaneamente duas soluções de impermealiza-
ção (concreto convencional com sistema de manta drenante e
concreto de baixa permeabilidade autocicatrizante com fita hi-
droexpansiva), a Engª Luana apontou, com base nos estudos e
Eng. Ércio Thomaz em momento de sua palestra no Seminário
FÁBIO LUÍS PEDROSO