Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 43

CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018 | 43
& Construçõese
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grandes volumes a partir dos recursos materiais disponí-
veis no planeta e porque com o concreto são produzidas
as melhores estruturas.
Para justificar sua resposta, o Prof. Roberto Stark apre-
sentou dois estudos paramétricos feitos em seu escritório.
No primeiro foram comparados edifícios de seis a 30 an-
dares, para zonas de baixa e de alta sismicidade, com car-
ga acidental de 2,5 kN/m
2
, sendo projetados para serem
construídos ou com estruturas de concreto em sistemas
de paredes e pórticos (
walls and frames
) ou com estruturas
contraventadas de aço (
braced frames
). Na comparação
do custo por metro quadrado, as estruturas de concre-
to apresentaram os menores valores para todos os edifí-
cios, tanto em zonas com alto coeficiente sísmico quanto
em zonas com baixo coeficiente. A partir de edifícios com
nove andares essa economia é de aproximadamente 20%
para edifícios em zonas de baixa sismicidade e ainda maior
para os edifícios em zonas de alta sismicidade.
No segundo estudo paramétrico, assumindo a análise
de edifícios de seis a 30 andares, para zonas com coe-
ficientes de sismicidade de 0,1 (baixa) e 0,4 (alta), com
carga acidental de 2,5 kN/m
2
, dados representativos de
países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa
Rica, Equador e Guatemala, o palestrante apresentou re-
sultados ainda mais expressivos de economia de custo
por metro quadrado para as estruturas de concreto em
relação às de aço. Na comparação de dois edifícios de
21 andares, a economia de custo foi de 8%, com pilares
com dimensões 30% menores e com 50% menos aço nas
estruturas de concreto de maior resistência (35 a 50 MPa).
Além desses estudos paramétricos, Roberto Stark apre-
sentou diversos projetos e análises estruturais de edifícios
altos construídos em concreto, nos quais a Stark+Ortiz par-
ticipou. Nesses estudos de caso as estruturas foram pro-
jetadas variando a resistência à compressão do concreto
usado nos diferentes elementos estruturais: de um valor
máximo de 50 MPa para as pilares mais solicitados (pilares
internos de andares inferiores e colunas externas da edi-
ficação) até o valor mínimo de 35 MPa para as vigas dos
andares superiores. “Com isso, conseguimos, por um lado,
obter pilares com dimensões reduzidas e com bom espa-
çamento entre eles, possibilitando bom aproveitamento das
baias das garagens. Por outro lado, com essa modelagem
obtemos estruturas capazes de resistir a sismos e com bom
comportamento sob a ação do vento”, frisou.
Por essas razões, mais de 70% dos edifícios com mais
de 200 metros de altura são construídos com estruturas
de concreto, sendo de apenas 5% o índice de edifícios
altos com estrutura de aço. Os edifícios altos com estru-
turas metálicas eram dominantes até a década de 1970,
com casos com alturas de até 450 metros. Mas, desde
então, vêm perdendo espaço para os edifícios com estru-
turas de concreto, que, hoje, atingem até 1000 metros de
altura, com sistema estrutural com vigas rígidas ligando os
pilares externos ao sistema de contraventamento central
(
outriggers
). Os dados são do Conselho em Edifícios Altos
e Habitat Urbano (CTBUH, na sigla em inglês). “Houve uma
transição progressiva do uso do aço para o uso do concre-
to na construção de edifícios altos a partir da década de
1980. Isto porque as estruturas de concreto para grandes
edifícios têm mostrado melhor comportamento sob a ação
do vento e de terremotos, além de serem mais facilmente
executadas. Não é à toa que o maior edifício do mundo é de
concreto!”, salientou Stark. Ele chamou, porém, a atenção
dos presentes para a necessidade de um melhor controle
tecnológico dos concretos usados nos edifícios altos, “pois
é necessário conhecer mais do que o consumo de cimento,
sendo necessário realizar ensaios de módulo de elasticida-
de, de fluência, de retração, entre outros”.
Na avaliação geral do Prof. Stark, as vantagens do con-
creto sobre o aço são: menor custo, melhor resistência
ao fogo, baixo custo de manutenção, e melhor comporta-
mento sob ação do vento.
Prof. Roberto Stark apresenta as conclusões dos estudos
paramétricos apresentados no 60º CBC
1...,33,34,35,36,37,38,39,40,41,42 44,45,46,47,48,49,50,51,52,53,...116
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